Vila – Mangue Seco (nome verdadeiro de Santa Cruz da Bela Vista), às margens do Rio Real.
Município – Jandira.
Estado – Bahia divisa com Sergipe.
Localização – extremo norte do litoral baiano.
População – 330 habitantes.
Distância de Salvador/BA – 250km., pela BA-099.
Distância de Aracaju/SE – 90km., pela SE-100.
Bate-volta – por ter pouca infraestrutura muitas agências programam o passeio de um dia saindo de Aracaju, Costa do Sauipe ou Praia do Forte.
Quando ir – faz calor o ano todo, entre abril e junho chove na região e nas férias entre dezembro até fevereiro é alta temporada. O melhor mês sem dúvida é outubro.
Como chegar por Salvador – ir até a Praia Costa Azul em Jandaia através da Linha Verde e atravessar em veículo 4×4 (maré baixa), se informe antes, no período de desova das tartarugas é proibido alguns trajetos.
Como chegar por Aracajú – aqui vou detalhar como chegamos a Mangue Seco de uma forma simples, divertida e barata.
Do hotel até a Rodoviária Velha de Aracaju fomos de UBER (R$30,00), a rodoviária não tem prédio próprio e as passagens são compradas em um container azul que fica na calçada, o trajeto Aracajú x Pontal custa R$23,00, depois é só esperar o ônibus 147 da Coopertal-SE que para em frente a Farmácia Popular, ou nas imediações. Os lugares não são marcados, então é preciso subir logo no ônibus, no trajeto o motorista faz paradas para recolher mais passageiros.
Chegando em Indiaroba peça para o motorista parar no cais em Pontal que tem apenas uma lanchonete tímida para receber os turistas. Existe uma pequena chalana coletiva apelidada de “tu, tu,tu”, o valor cobrado deve ser cerca de R$5,00, mas como chegamos um pouco tarde ela já havia feito o trajeto, então fizemos a travessia, cerca de 20 minutos pelo Rio Real até Mangue Seco com uma lancha, pagamos R$60,00 para 2 pessoas, nesta hora eles aproveitam, porque sabem que não há outra opção.
Carro – ir de carro até Pontal, deixar o veículo no quintal de algumas casas que oferecem “estacionamento” e tomar o “tu, tu, tu” ou lancha particular até Mangue Seco.
Sem carro – em Aracaju vá até a Praia do Saco, o local tem um número menor de barcos e a travessia é mais cara ou Porto do Mato de onde saem barcos para Mangue Seco.
Se não quiser a travessia com barcos os veículos que chegam a Mangue Seco precisam ser 4×4 a partir da Praia Costa Azul e do povoado Coqueiro, com um trecho de areia fofa difícil de transitar.
Por fim tem os ônibus Expresso Linha Verde faz o trecho Salvador e Itahi com apenas um horário por dia e de Itahi é necessário tomar um táxi até Pontal.
MANGUE SECO
O local ficou conhecido durante as gravações da novela Tieta em 1989, inspirada na obra de Jorge Amado, Tieta do Agreste. A vila mantém suas ruas sem calçamento, apenas coberta de areia, onde se espalham pousadas, bares e restaurantes com vista para dunas, coqueirais, praia de água doce e ondas do mar.
COMO É FICAR NA ILHA
Antes de ir a Mangue Seco faça uma revisão em seus medicamentos, por que não há farmácia no local. Tem algumas pequenas mercearias que vendem o básico e algumas lojinhas de artesanato, souvenires e roupas. Tem sorveteria, mas durante os dias em que estivemos lá nenhuma delas funcionou. Não tem vida noturna.
Os passeios de buggy existem mas não fizemos, o local é propício para quem quer descansar e curtir a natureza e foi o que fizemos.
Mangue Seco tem o privilégio de possuir praia de água doce com areia branca e fina no Rio Real e praia no mar do outro lado das dunas.
A Vila de Mangue seco fica entre o Rio Real e o mar, mas para chegar às praias é necessário atravessar as dunas, caminhado ou com buggy.
As ruas são cobertas de areia, não tem calçamento, os hotéis e restaurantes aceitam cartões de crédito, mas a maioria das barracas não aceitam cartões de crédito, leve dinheiro em espécie. Também não tem caixa eletrônico para saque.
O local tem alguns mercadinhos e um local que eles chamam de shopping onde pode ser encontrado alguns itens de primeira necessidade. Leve repelente para mosquitos.
Não tem escola e as crianças vão em um “barco ônibus” até a cidade mais próxima para estudar.
O QUE FAZER EM MANGUE SECO
Praça central
Muito simples alberga a igrejinha, Recanto Dona Sula e o Shoppping Mangue Seco.
Igreja Bom Jesus dos Navegantes
Bom Jesus dos Navegantes é o padroeiro do local, a igreja bem conservada é do século XIX, fica fechada durante o dia, mas ao entardecer em alguns dias são feitas orações em seu interior com as portas abertas.
Recanto de Dona Sula
A casa de Da. Sula (tia de Jorge Amado), serviu de cenário para algumas cenas da novela Tieta e ali vive sua filha, D. Ana que seguindo a tradição de sua mãe, faz doces, sorvetes, licores, vende também café expresso. A casa foi de um primo de Jorge Amado, que o hospedou ali em 1935 quando o escritor estava sendo perseguido pelo Estado Novo, apaixonou-se pelo vilarejo e inspirado nele escreveu Tieta do Agreste, publicado em 1977.
Shopping Mangue Seco
Lugar interessante para comprar artesanato e colaborar com o comércio local, chama a atenção por sua divertida placa na entrada.
Praias
A praia de Mangue Seco tem pouca estrutura, mas é ideal para aproveitar sol e mar, dizem ser o mais belo pôr-do-sol do Nordeste. Passar o dia na praia (mar), a água é morna, as barracas são rústicas e oferecem redes para tirar um cochilo depois de uma bebida gelada, água de coco e petiscos.
Bizu – Algumas informações colocam o acesso da Vila ao mar muito complicado, esqueça a história de que na maré alta não dá para voltar do mar para a Vila. Na verdade é muito simples: se você gosta de caminhar vá andando pela margem do Rio Real até perto do bar flutuante que é onde estão alguns trechos de dunas mais baixas, então é só subir a duna e o mar está do outro lado, aproveite para dar uma parada e observar a Vila e todo seu entorno lá do alto da duna, depois a chegada até o mar é muito perto e tem várias barracas com rede para passar o dia. Não é necessário contornar o farol, volte pela mesma duna em que veio, se a maré subiu não tem o menor problema, porque a parte superior da praia (rio), tem uma trilha que pode ser percorrida até a Vila.
Se você prefere não caminhar a opção é ir até a Associação dos Bugueiros, contrate um guia para levar e buscar até a praia (mar), mas lembre-se que a primeira opção é gratuita, já a segunda você vai pagar R$200,00, se optar pelo buggy pense então em um passeio completo com algumas alternativas que pode ser entre 40’ a 1h.30 com Morro ou Duna do Caju, Praia da Siribinha, Praia da Costa Azul e coqueiros Romeu e Julieta, sendo que alguns trechos você pode fazer sem buggy se for caminhando pelas dunas.
Pôr do sol no alto das dunas.
Subir nas dunas para ver o pôr do sol lá do alto.
Bizu – por indicação fizemos esse trajeto até o farol que segundo informações seria o melhor local, venta muito e ficamos literalmente envolvidas pela areia, no dia seguinte vimos que o mesmo pôr do sol poderia ser observado comodamente no calçadão da Vila.
Banho no Rio Real.
Tomar banho de rio e descansar às margens do Rio Real com águas claras e areia branca;
Ilha de Tieta
Com a maré baixa é possível acessar o local caminhando, mas esteja atento(a) para voltar antes da maré subir ou se preferir ir na maré alta contrate um barqueiro, sendo final de semana tem umas barraquinhas que funcionam ali com bebidas e petiscos.
Passeio de barco
A navegação é feita pelo mangue com paradas na Praia do Saco, Ilha do Sogro, Ilha da Sogra.
Para este passeio o mais seguro é uma lancha, em sua hospedagem pergunte se tem mais pessoas interessadas no passeio para dividir a despesa, não se esquecendo de combinar previamente o tempo de passeio e parada em cada local.
No primeiro trecho da navegação o barco desliza pelo rio por um trecho de mangue onde “moram” os aratus, depois vai em direção ao mar.
Praia do Saco
Bastante agradável, praia segura, água morna, areia fofa, mesas com guarda sol, cadeiras e um bar com bebidas e comidas. Neste local dá para caminhar até a rua principal da vila, onde está a igrejinha dedicada à Nossa Senhora da Boa Viagem.
Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem – em 1575 chegaram as margens do Rio Real os jesuítas Gaspar Lourenço e João Salonio, dizem que ficavam na placa em frente a igreja onde existe uma pedra indicando a chegada dos primeiros jesuítas. Ao lado da igreja tem uma estátua de Nossa Senhora da Boa Viagem, colocada em 2014.
Ilha da Sogra
Pertence ao estado de Sergipe, chamada de ilha, mas na verdade é um banco de areia com quase 1km. de extensão, que se forma na maré baixa deixando algumas lagoas represadas. Na maré alta essas lagoas desaparecem.
Dizem que um grupo de turistas estiveram nesse local com sogra de um deles e como se tratasse de uma pessoa pouco simpática acabaram deixando ela ali até a maré começar a subir e retornaram para buscá-la. Outros dizem que quem deixou a sogra foi um pescador, enfim…. lendas!!!!
Ilha do Sogro
A terceira parada, fica em frente à Praia do Saco, também tem um banco de areia extenso com estrutura para receber turistas.
Bizu – Quando contratamos um piloto para o passeio não perguntamos sobre o barco, porque achamos eu seria uma lancha. Na manhã seguinte quando nos dirigimos no sentido de uma lancha atracada ele nos informou que não iríamos de lancha, a nossa navegação seria em um barco de madeira, na verdade bem rústico com um motor 15hp para entrar em mar aberto, no primeiro trecho de mangue pegamos chuva e na volta com a maré alta o mar estava revolto, coloquei um colete (pouco confiável), e …. pensamento positivo!!!. Confesso que não me senti segura ao navegar, nesse “Uber Náutico” mas às praias foram ótimas.
ONDE FICAR EM MANGUE SECO
Pousada Grão de Areia
O site informa “pousada beira mar”, mas a vila e todas as pousadas ficam às margens do Rio Real e não “beira mar”.
Quartos com ar condicionado, banheiro privativo, TV a cabo, varanda térrea com rede, recepção 24h. Ambiente familiar, bom atendimento, Da. Done extremamente simpática, café da manhã bem caprichado com tudo muito fresco, preparado pela manhã.
Localização – Rua do Meio, 65 – Mangue Seco, Jandaíra – BA.
Investimento – R$180,00 a R$250,00, dependendo do período.
Pousada Asa Branca – tem boa estrutura.
Pousada Fantasias do Agreste – que fica na praça principal é a mais tradicional;
Hotel Resort Eco O Forte – com quartos com vista para o rio encravado em um terreno arborizado;
ONDE COMER
Gastronomia Típica – ARATU
O aratu é um crustáceo encontrado no mangue, parecido com o siri, mas de cor avermelhada, que é muito utilizado nas “casquinhas”, moquecas e ensopados.
Os restaurantes mais frequentados são aqueles que ficam na rua principal em frente ao Rio Real, na nossa estada estivemos no Pôr do Sol e mais vezes no Vovó Maria.
Vovó Maria (comida boa)
Este foi o restaurante que mais frequentamos, o atendimento é muito bom e a comida com tempero família. Eles não têm o Prato Feito no cardápio, mas pergunte por ele: feijão, arroz, farofa (tudo separado), salada, carne (a escolher: aratu, peixe, frango ou carne de sol).
1 PF de carne de sol R$25,00, 1 PF de pescada branca R$25,00, 1 porção de macaxeira frita R$15,00, 1 água com gás R$5,00, 1 H2O R$4,00, 10% = R$81,40.
1 Salada com peito de frango e ½ porção de sopa = R$70,00. para 2 pessoas.
Moqueca de camarão para 2 pessoas, arroz, pirão, farofa, salada de alface e tomate R$120,00.
Restaurante Pôr do Sol (comida razoável)
1cerveja R$14,50, 2 águas de coco R$12,00, 1 água mineral R$4,00, jarra de suco de abacaxi R$17,00 (é possível comprar 3 abacaxis por R$5,00, e cobram R$17,00 por uma jarra do suco), porção de batata frita R$25,00, 10% = R$79,75.
Flutuante Estrela Mar
1 cerveja R$14,00, 1 jarra pequena de suco de abacaxi R$14,00.
Asa Branca
Restaurante mais procurado pelos turistas
Outras opções:
Restaurante Frutos do Mar
Restaurante Mangue Seco
Restaurante Maré Mansa
Restaurante Sol Nascente
Restaurante Suruby
Fotos da área fora do calçadão principal
O QUE NÃO GOSTEI EM MANGUE SECO
Descaso com o lixo, os habitantes mantém limpo o calçadão principal em frente ao rio, mas se formos caminhar pela periferia, vamos observar muito lixo nos quintais e adjacências.
Preço muitas vezes abusivos, entendo que é dispendioso a chegada de produtos até a Vila, mas muitas vezes observei um custo além do compatível com a situação.
Viajando de mochila 