Lago Titicaca

Atualizado em 2020, alguns valores podem sofrer alterações

Copacabana – BolíviaScan.bmp

É a principal cidade do entorno do Lago Titicaca na Bolívia, de onde saem os barcos que visitam: Isla del Sol e Isla de la Luna, ilhas com sítio arqueológico Inca. Na cidade outros locais podem ser visitados como Plaza 2 de Febrero, Basílica de Nossa Senhora de Copacabana, Forca del Inca. Hotéis não tão bons, ruas descuidadas, na orla do Titicaca restaurantes servem truta fresca. Assim é Copacabana!
Elevação – 3.841 m.
População – 6.000 habitantes.
Tempo – 8 °C, vento NE a 23 km/h, umidade de 69%.
ProvínciaManco Kapac.

Lago Titicaca

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O Lago Titicaca foi de grande importância para os Incas, diz a lenda que das águas do Lago Titicaca emergiu o primeiro Inca, por ordem do Deus Sol, para começar o Império Manco Capac.
O lago Titicaca, está na fronteira entre o Peru e a Bolívia – Cordilheira dos Andes – é um dos maiores lagos da América do Sul e o curso d’água navegável mais alto do mundo. São dezenas de ilhas onde a população utiliza em grande escala a “totora”: uma planta endêmica da região que nasce nas águas do Lago e é usada para a confecção de casas, barcos, ilhas, medicamento e até mesmo alimentação.
Elevação à superfície – 3.812 m.
Área – 8.372 km².
Profundidade máxima – 280m.
Temperatura – variando entre 7º a 11ºC.
Quando ir – temporada seca de abril a outubro, chove de novembro a março.
Dinheiro – leve bolivianos, há poucos caixas eletrônicos em Copacabana e nem sempre funciona. Nas casas de câmbio a cotação não é boa.
Previna-se – leve agasalho independente da época, a cidade está em região bastante alta e do Lago Titicaca sempre sopra uma brisa fresca, mesmo no verão. Use filtro solar sempre.

Isla del Sol

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A Ilha é considerada um santuário do Império Inca, aqui foi erguido um templo dedicado ao deus Sol e foram encontradas mais de 80 ruínas datadas de 3.000a.C. Segundo a tradição, o Inti Sol, deus pai dos Incas decidiu enviar à Terra seu filho Manco Capac, e sua esposa-irmã, Mama Ocllo que emergiram das águas do Titicaca marcharam até Cuzco para  fundar a cidade-capital do grande Império Inca.
A Ilha é dividida em três comunidades: Yumani (Sul), Challa (Centro) e Challapampa (Norte).
A comunidade é formada por pessoas de origem quéchua e aymará que vivem da criação de animais, principalmente lhamas, artesanato e turismo. Antigamente havia uma trilha interna unindo o lado norte com o sul, atualmente fechada devido desentendimento com arrecadação de pedágio. 
Distância de Copacabana – 20km.
Trajeto em barco – 1h.30 cais no final da rua 6 de agosto
Saídas dos barcos – 8h.30 e 13h.30
Custo do barco – B$25 (U$3,55) a B$30 (U$4,30), depende da lotação.
Scan-003Como chegar – os barcos de turistas que fazem bate-volta saem pela manhã e voltam às 16h., mesmo estando sol previna-se, faz muito frio no barco. Para quem vai dormir na ilha pode ir cedo ou a tarde, na Ilha as acomodações são bem simples e o prato principal geralmente é truta.
No Portal Sul, logo ao desembarcar muitos “guias” irão oferecer serviço, isso é opcional, você pode fazer sem guia também. Os principais atrativos são: Museo del Oro,  Pedra Sagrada, Templo del Inca, Mesa de Rituais e Ruínas do Templo de Chicana (El Labirinto). Com tempo dá para ver terraços de plantio, caminhar por vegetação rasteira em declive com lhamas pastando. Por uma escadaria se chega ao Templo do Sol, restou pouca coisa, mas o visual compensa.
Taxa de Visitação – B$10 (U$1,40) É cobrada uma taxa de visitação, o preço é justo, já que eles necessitam dessa ajuda para manter a comunidade.

Yumani área arqueológica
Fuente del Inca

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Uma fonte que significava muito para os incas, cada cavidade respectivamente, possuía o significado: Não roubar, não mentir e não ser preguiçoso. Na época da invasão espanhola, acreditava-se que se tratava de uma fonte da juventude.

Escalera del Inca.

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Longa escada de pedra com cerca de 500 degraus que vai do local aonde partem os barcos até o alto da parte central de Yumani, onde estão as hospedagens e restaurantes.
Diário de Bordo – Fomos pela Agência Titicaca Tours, passeio de meio dia B$78,50 (U$11,50), para 2 pessoas, como os barcos dessa empresa são muito lentos, só chegamos a Isla Del Sol às 10h. o guia ruim prestou poucas informações. Houve escala na área arqueológica de Yumani e Templo de Pilkoakyna.

O que ver na cidadecalvariio

Cerro Calvário
A subida não é fácil, mas vale a pena, a vista do Lago Titicaca é panorâmica. No final da tarde os turistas costumam subir para assistir o pôr-do-sol.


igreja 1Basílica de Nossa Senhora de Copacabana.

Nossa Senhora de Copacabana-  padroeira da Bolívia- a imagem possui pele morena, enfeitada com joias e seu manto é trocado de tempos em tempos, foi talhada por Francisco Tito Yupanqui que era de linhagem real inca.
A igreja foi construída no ano de 1550 em estilo renascentista e reconstruída entre 1610 a 1651, além da capela fechada há uma aberta para atender os costumes indígenas.
Visitação – gratuita
Curiosidade – no século XVII espanhóis devotos trouxera ao Brasil uma réplica dessa imagem e colocaram em uma pequena igreja no Rio de Janeiro, esse ato deu origem ao Bairro de Copacabana.

La Horca del Inca (A Forca do Inca)horca-del-inca
Tem esse nome porque os espanhóis imaginaram que os pilares serviram para enforcar incas. Estudos mostraram que era local de estudos astronômicos de culturas pré-incas, as rochas perfuradas permitem que os raios de sol atravessem o lintel durante o solstício, os aymarás preveem a ocasião das chuvas para a lavoura.
Como chegar – no final da Calle Murillo siga em direção ao limite da cidade, cruze a Calle Potosi e Avenida Tejada (Ruta Nacional 2), logo vai avistar a placa indicativa das ruínas, na pequena cabana arredondada deve ser paga uma taxa de acesso.
Trilha – curta, mas íngreme e no trajeto fique atendo, há algumas estruturas que fazem parte da ruína, não estão identificadas, são pilares de pedras que resistiram ao tempo. A trilha é de aproximadamente 2km.
Taxa – B$10 (U$1,40)
Atenção – algumas pessoas podem abordar você querendo vender ingressos para a trilha, não aceite, pague somente no local autorizado.

Como chegar a Copacabana

Puno (Peru) x Copacabana (Bolívia)
Ônibus – Companhia Titicaca parte às 10h., 10h.30 e 14h. Os bilhetes custam Novo Sol $45 (U$12,80).
Mini-vans – saem com mais frequência, mas levam somente até a fronteira, é necessário passar a pé pela alfândega Peru x Bolívia e tomar outra van depois de cruzar a fronteira.
Não é possível fazer bate-volta Puno x Copacabana x Puno, a fronteira fica fechada a noite.

La Paz (Bolívia) x Copacabana (Bolívia)
Avião – o aeroporto mais perto é o de La Paz com voos vindo de São Paulo e Rio de Janeiro.
Ônibus – partem do Terminal Rodoviário de La Paz, operam as companhias: tiquina manco-001Transcopacabana, Todo Turismo, Pasasur, Mopar e Trans Omar, a viagem leva cerca de 3h.30, custo médio de B$30 (U$4,30).
Vans – saem em frente ao cemitério, é necessário esperar completar a lotação e custa em torno de B$20 (U$2,85).
Para chegar em Copacabana, o ônibus vai parar no Estreito de Tiquina, os ônibus atravessam em uma balsa maior com a bagagem e os passageiros atravessam em um barco geralmente super lotado.

La Paz x Copacabana (nosso trajeto)
Diário de Bordo – na volta do passeio a Tihuanaco paramos perto do cemitério, iríamos pegar um tiquina busônibus para Copacabana, saída às 14h. com chegada em Copacabana 17h. A viagem ia bem até chegarmos ao Estreito de Tiquina, quando o motorista começou a gritar “Baja, baja, baja”, todos desceram. O ônibus atravessaria em uma balsa, só com a bagagem, sem saber o que estava acontecendo e nem para onde ir, começamos a correr atrás do tal senhor, seguindo sempre o boné branco, que a certa altura desapareceu, havia um guichê aonde presumimos que deveríamos comprar bilhetes para a travessia de barco.
O barco era pequeno, começou a entrar muita gente, com sacos, sacolas, malas, super lotação. Finalmente o barco saiu, não havia coletes salva vidas, nunca achei um Estreito tão largo, a margem não chegava nunca, fiquei imaginando como seria um naufrágio ali com a água do Titicaca a 10ºC. Quando chegamos do outro lado o ônibus havia sumido entre muitos outros, quando vimos ele já estava se preparando para ir embora com portas fechadas, corremos atrás gritando para o motorista parar. A paisagem a partir dali é muito bonita, com o lago aparecendo a cada instante, sempre de ângulos diferentes.

 Hospedagem em Copacabana

Hostal Wayra
Quarto com banheiro privativo, TV a cabo, café da manhã, wi-fi com funcionamento precário, chuveiro não esquenta bem.
Hostal Las Olas
Arquitetura incrível, confortável, muito procurado, difícil arrumar vaga
Hotel La Cupula
Boas acomodações, mas um pouco longe do centro.
Hospedagem em Copacabana (nossa hospedagem)
hostal centerDiário de bordo – Andamos muito para achar um hotel, quando achamos um sorte antes de nos instalarmos o dono avisou que não seria possível tomar banho, o hotel estava sem água. Andamos quase duas horas para achar encontrar algo, por fim na Av. 6 de agosto achamos o Hostel Center B$15,00 p/ pessoa (U$2,15), em frente a Plaza Sucre, prédio novo, quarto com banheiro, o atendente disse que poderia fornecer apenas uma toalha, como já estava tarde, aceitamos. Depois olhando melhor vimos que o quarto e banheiro não estavam limpos, assim como a roupa de cama já havia sido usada, não havia outra alternativa.

Onde comer em Copacabana

O prato mais servido em Copacabana são as trutas, servidas de maneiras variadas.
Restaurante La Cupula
Localização – Hotel La Cupula
La Orilla
Localização – Avenida 6 de agosto.
Restaurante Pan America
Pizza de excelente qualidade em um restaurante de um casal de americanos
Localização – Plaza 2 de Febrero
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Restaurante Alax Pacha
Localização – Av. 6 de Agosto, centro
Jantamos – truta à francesa B$25 (U$3,60), vinho, água, jantar para duas pessoas B$80 (U$11,50)

Copacabana (Bolívia) x Puno (Peru)

Diário de Bordo – Terminamos nosso passeio a Ilha do Sol e fomos até a viação Tour Peru, o próximo ônibus para Puno (Peru) sairia às 13:30h. era o tempo de comprar um lanche de sanduíche com queijo e um refrigerante (a Paula passou mal com o queijo). Embarcamos e 1 hora depois estávamos na divisa Bolívia x Peru. Todos desceram do ônibus, passaporte na mão, o impresso verde que havíamos recebido na entrada da Bolívia é entregue, os passaportes carimbados e recebemos um outro impresso branco que deveria ser preenchido e devolvido na saída do Peru. Atravessamos a fronteira a pé, do outro lado havia um posto de câmbio, fui trocar US100,00, a nota foi recusada, a atendente disse que a nota que eu trazia do Brasil era falsa e ela não tinha como identificar, mais tarde no Peru troquei essa nota sem problema. 

INFORMAÇÕES SOBRE SUA VIAGEM A BOLÍVIA.

Visto e documentos – Brasileiros não precisam de visto para entrar e ficar na Bolívia por até 90 dias, basta apresentar sua carteira de identidade, desde que ela esteja em bom estado de conservação e tenha sido emitida há menos dez anos, ou o passaporte.

Vacinação – vacina da febre amarela é obrigatória, mas nem sempre eles pedem o Certificado de Vacinação Internacional

Seguro viagem – indispensável

SorocheConhecido como o mal das alturas ou puna ocorre em grandes altitudes. Resumidamente… isto ocorre pela oxigenação reduzida em nosso sangue devido o ar rarefeito em lugares mais altos, nosso organismo não consegue captar a quantidade de oxigênio que estamos acostumados.
Sintomas – pode ser um ou vários: dor de cabeça, tontura, enjoo, falta de ar, dificuldade em se exercitar, fadiga.
Faça seu roteiro levando em conta a tabela de altitudes pelos locais em que vai passar e comece pelas altitudes mais baixas e vá migrando para as mais altas.
Tome água sem ter sede e coma moderadamente sem ter fome refeições leves.
Folha, chá ou bala de coca. Nos países andinos da América do Sul este é um hábito muito comum e pode ajudar, mas as folhas são amargas o melhor é consumir o chá, já as balas não tem o mesmo efeito.

CápsulasO Sorojchi Pills é um composto de ácido acetilsalicílico, cafeína e salófeno (confirme se não é alérgico a algum dos componentes), muito comum entre os turistas é vendido sem receita médica nas farmácias da Bolívia e Peru, evite tomar depois das 15h., pode atrapalhar o sono, quantidade excessiva pode dar taquicardia.

Belezas naturais – é o que você vai encontrar na Bolívia, mas nem todos os lugares estão preparados para o turismo, viajar para a Bolívia é para quem não tem apego ao conforto.

Dinheiro – Não é raro receber uma nota falsa e nós brasileiros que não temos muita experiência com a textura das notas bolivianas podemos receber alguma, só vamos saber quando tentarmos passar no comércio.

Moeda boliviana – A moeda oficial é o Peso Boliviano, com sigla BOB. As notas são de 5, 10, 20, 50, 100 e 200 BOBs e as moedas de 1 e 2 BOBs e 5, 10, 20 e 50 centavos de BOBs.
Leve preferencialmente dólar, mas notas sem riscos, amassadas ou velhas, eles criam caso para trocar. Troque em locais autorizados, casa de câmbio ou banco que funcionam das 8h.30 às 12h. e das 14h.30 às 18h. Trocas feitas nas ruas a cotação pode ser melhor, mas o risco de notas falsas é alto. Os saques com cartão de crédito são e em moeda local, com IOF de 6,38%

Bagagem – Leve sempre junto com você, não deixe bolsa fácil em trens se estiver perto da janela.

Fotos – Normalmente eles esperam você fotografar e depois vão cobrar, pergunte antes se pode fotografar e o preço. Atrás de uma lhama sempre vem uma pessoa cobrando depois da foto feita.

Falsos guias – Os falsos guias surgem como por encanto, basta você consultar um mapa, parar em algum local para se localizar e eles já aparecem querendo dar informação, não aceite, descarte e vá andando caso contrário mesmo sem contratar eles vão cobrar muitas vezes apenas por indicar uma direção.

Táxi – Negocie e deixe claro a tarifa, quando você pergunta quanto custa determinado destino eles dão o preço, mas ao chegar vão dizer que aquele preço é por pessoa não por destino.

Pacotes com Agência. – Procure negociar não muito tarde, eles seguram o cliente até o fechamento das demais agências e depois falam que se enganaram no preço, o valor é mais alto e com as agências fechadas você vai ser obrigado a fechar o pacote com eles.

Alimentação – Água somente engarrafada e verifique se está lacrada, evite sucos que levam água ou adição de pedras de gelo na sua bebida, nunca se sabe a água que foi utilizada nesse gelo.
Na Bolívia a higiene na manipulação de alimentos deixa a desejar, mesmo nos restaurantes é comum manipular a comida depois receber dinheiro. A comida de rua tem um ótimo apelo olfativo, mas não tem qualquer refrigeração. Isso é uma questão cultural, portanto normal entre eles.
No geral a comida é boa, farta e o preço justo. Os pratos mais comuns são com  “pollo” (frango) e “carne de res” (carne de vaca), vale a pena experimentar os pratos locais. Os pratos típicos são exóticos e saborosos. Abaixo somente alguns do pratos da culinária boliviana.
Empanadas – pastel assado, o recheio mais comum é a carne.
Lhama – a carne de lhama é mais comum nas regiões da Cordilheira dos Andes. Pode ser prepara da assada ou frita.
Cuy – O porquinho da índia é uma dos pratos mais tradicionais da culinária andina.
Majadito de charque – arroz com carne seca acompanhado de banana e ovo frito.
Majao Cruceño – carne seca, ovos fritos frita e arroz. Acompanha tomate, pimentão e banana servida na lateral do prato.
Locro Carretero – ensopado com charque, arroz, mandioca. Também pode ser preparado com frango.
Truta – servida na região de Copacabana (Lago Ttiticaca), muito comum, mas tem muita espinha.
Antecucho – espetinho de carne com vinagrete e farofa.
Mocochichi – suco feito com canela e pêssego.
Hojarasca – biscoito a base de farinha de trigo recheado com doce de leite (comum em Sucre).
Huminta – tipo de pamonha salgada ou doce feita com milho branco.
Salsibatatas – batatas com salsichas.

La Paz

Top-090População– 766.468 (2012), habitantes
Altitude – 3.640m. a.n.m., é a capital mais alta do mundo

Localização – Centro-oeste da América do Sul
Idiomas – Espanhol, quíchua e aimará (oficiais).
Quando ir – sempre faz frio, chove no verão, as estações correspondem às mesmas do Brasil.
Clima – seco e frio
Moeda – pesos bolivianos BOB, em 2020 U$1,00 = B$6,83
Documentos – brasileiros podem ingressar na Bolívia apenas com o RG, sem necessidade de passaporte. O documento precisa estar em bom estado e não há qualquer regra dizendo que o RG precisa ter menos de dez anos, mas os bolivianos podem encrencar com isso. Qualquer outro documento, como carteira de habilitação, não são aceitos.
Taxa – Brasileiros não pagam nenhuma taxa e podem ficar por até três meses na Bolívia como turistas.
Vacina – vacina de febre amarela é obrigatória, mas nem sempre eles pedem a Carteira Internacional de Vacinação, na dúvida, providencie.
Quanto tempo ficar – 2 dias para a cidade e 2 dias para o entorno.
Soroche – para quem estiver chegando direto do Brasil pode ter problemas com a altitude, faça tudo devagar e se for até o Chacaltaya e Huayana Potosí deixe para o último dia.
Fundada em 20 de outubro de 1548 por Don Alonzo de Mendonza, para comemorar o fim da guerra civil entre almagristas e pizarristas (ex-sócios e conquistadores do Império Inca), originalmente ficava perto do Lago Titicaca, mas com a aparição do ouro no cascalho do rio Chuquiyapu a cidade foi para o atual lugar.
Vista do alto a cidade está em um canyon escavado pelo rio Chuquiyapu, em sua volta os picos da cordilheira com mais de 5.000m. a.n.m. que protege a cidade dos fortes ventos do Altiplano.
La Paz é uma metrópole que encanta por suas tradições indígenas em cada rua, população pobre sofre com consequências sociais e econômicas, mas sem dúvida é um local que encanta. Pesquise bastante antes de ir.

São Paulo x La Paz

Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), parte do Brasil voos da Latam e Gol para o Aeroporto Internacional El Alto (LPB), que está a 4.058m. a.n.m., distante a 10km. do centro de La Paz, os aviões operam em pistas longas devido os efeitos do ar rarefeito. Há ônibus e táxis para a cidade.
Taxa de embarque internacional – se sair da Bolívia por este aeroporto deixe separado U$25. Para voos domésticos B$15 (U$2,15).

Oruro X La Paz

Diário de Bordo – Na Viação Trans Aroma B$28 (U$4), o agente me garantiu que o ônibus era direto. Para ter acesso a zona de embarque é necessário pagar uma taxa de embarque no valor de B$2 (U$0,29), quando desci para a área de embarque percebi que nem era necessário ir até o guichê, vários agentes das empresas, corriam atrás dos viajantes, talvez fosse possível até conseguir um desconto. Tomei assento no ônibus, um Mercedes Benz, brasileiro, confortável, inclusive internamente todos os avisos escritos em português. O ônibus não era direto!

 Onde ficar em La Paz

Diário de Bordodurante o tour do Salar de Uyuni o espanhol e namorada me deram ótimas referências sobre o Hotel Ângelo Colonial na Calle Santa Cruz Mariscal, centro. Sobrado antigo, quartos adaptados, banheiro compartilhado, sem TV, sem desayuno, meu quarto não tinha janela, cozinha suja, tudo muito ruim e na Calle Sagarnaga só havia vaga em hotel melhor para o dia seguinte.  Foi a noite que me senti mais insegura, nem mesmo em Cochabamba estive assim. A porta apesar de fechada tinha algumas frestas, coloquei uma cadeira calçando a porta, acordei várias vezes durante a noite.

 Hotel Sagarnaga (recomendo)
Ótima localização, quartos com TV, banho privado, wi-fi, recepção 24 horas, cofre, produtos de higiene pessoal, elevador, café da manhã incluído, restaurante, perto do centro, mas com subida para chegar até ele.
Localização – Calle Sagarnaga, 328
Preço – U$32, twin

O QUE VER EM LA PAZ

Diário de Bordo – fui para o Hotel Sagarnaga, como minha filha só chegaria no dia seguinte, no próprio hotel contatei a Diana Tours e segui para City tour em van e Vale de la Luna

City Tour (em van)

Diário de Bordo – O tour não foi exatamente o que esperava, primeiramente o guia se preocupa em mostrar a La Paz elitizada, condomínios, palacetes, repete a todo momento o valor estimado de cada casa. Gostei mais do centro velho.
Há um city tour pelo centro histórico que pode ser mais interessante, ele é feito caminhando pelos pontos turísticos: Praças São Francisco, Murillo,  São Pedro, Alonso de Mendonza, Mercado das Bruxas e Rua Jaén. Tem saídas de manhã e à tarde com 3h. de duração. Os hotéis fazem a reserva.
Preço médio – B$48 (U$7)
Diário de Bordo – terminado os passeios e ainda sob o efeito do soroche (mal da altitude), perambulei pelo centro para comer algo, tudo muito gorduroso, resolvi tomar uma sopa no Shopping Norte, na área de alimentação pedi um caldo de frango. Surpresa! Caldo ralo com um pé de frango boiando, detalhe que um dos “dedos” ainda estava com unha. Eca! Acompanhava o caldo uma batata amarela, uma branca e uma preta (horrível) e pão. Empurrei tudo no canto do prato e tentei tomar o caldo com pão.

Diário de Bordo – no dia seguinte acordei ainda com os sintomas do soroche, comprei Sorojchi Pills, atravessei a Av. Mariscal Santa Cruz, sentido 16 de Julio e fiquei aguardando uma Van que fosse até o aeroporto B$3,60 (U$0,50), uma verdadeira loucura, os ônibus e vans se aglomeram, é preciso  fazer malabarismos para tomar um deles. Aguardei a chegada do voo da Paula fomos até a cafeteria do aeroporto para ela tomar um chá de coca e se prevenir com uma cápsula do Sorojchi Pills. Com uma van retornamos ao hotel, como ela estava bem começamos nosso tour pelo Mercado Central

Mercado Central

No setor de carnes: galinha, pato, carne, fígado, coração, rim, pulmão, em bacias ou pendurados em ganchos, tudo sem refrigeração. Na área de alimentação quiosques vendendo frango à milanesa, nacos de carne, peixe frito, tudo amontoado em bacias, sobre balcões sem cobertura. Sopa aos montes, são servidas em caldeirões que ficam no chão, junto com algumas bacias com água turva aonde são lavados os utensílios. Um suco de pêssego, que segundo informaram é um fermentado da fruta em água, açúcar, cravo e canela, depois de pronto é colocado em copo ou sacos plásticos. O piso impossível dizer o material de origem, tamanha é a camada de gordura que está sobre ele. O local tem corredores estreitos, as vendedoras, com encardidos aventais oferecem gritando o seu produto, algumas chegam a levar as bacias com as frituras até a cara do “freguês”. Outras enfiam conchas dentro dos caldeirões de sopa para mostrar a qualidade do produto. Não dá para ficar muito tempo! Mas é digno de ser visto. Saindo dali fomos para o setor de flores. Toda a volta do mercado é cercada de ambulantes vendendo frutas, doces, pães, refrigerantes, do outro lado da Calle Camacho um movimentado mercado de roupas. Esta região da Igreja São Francisco, Praça e Mercado Central é um verdadeiro formigueiro de gente.

Calle de las Brujas (mercado das bruxas) Calle Linares

São encontrados todos os tipos de ervas, unguentos, velas, incensos, tudo que se possa querer para “magia”, asa de condor, aves e  sapos embalsamados com pedras vermelhas nos olhos, remédios naturais para qualquer tipo de doença e até leitura do futuro em folhas de coca. Para quem não quiser ter o trabalho de montar seu kit, eles já fornecem prontos, de acordo com a necessidade do freguês. A curiosidade são os fetos de lhama embalsamados, eles são usados como oferenda a Patchamama (Deusa Terra), ao se construir uma casa ou montar um negócio, ele deve ser enterrado no terreno antes da construção. Lugar para se observar um pouco da cultura e crença dos indígenas bolivianos.
Diário de Bordo – comprei uma Pachamama (mãe terra), me pareceu a coisa menos assustadora.
Localização – próximo a Calle Sagarnaga, esquina da Calle Santa Cruz e Melchor Jimenez, concentrado na Calle Linares.

Dica – evite fotos, eles não gostam, evite problemas.

 Praça Murillo

Um ótimo local de observação, crianças alimentando pombos, roupas típicas, chapéus tradicionais das mulheres aymaras que conversam na praça. É o  melhor local para observar importantes edifícios do período colonial. Sempre cercada de policiais por conter manifestações políticas.
Na praça está o busto de Gualberto Villarroel que foi retirado do palácio e morto pelos Vigilantes, depois o corpo foi pendurado em um poste de luz. Outra estátua é de Pedro Domingo Murillo, lutou na guerra da independência e foi enforcado em 1810.

Palácio do Governo, Palácio Presidencial (1825)

Palácio Quemado

Arquitetura neoclássica, chamado popularmente de Palácio Quemado, onde fica a residência oficial do Presidente boliviano, aqui funcionam escritórios presidenciais e o gabinete do presidente. A denominação de Palácio Quemado vem desde o século XIX quando numa das revoltas o edifício foi incendiado e posteriormente reerguido.
Procure assistir a cerimônia da troca de guardas, o uniforme vermelho do século XIX presta homenagem aos soldados que lutaram durante a Guerra do Pacífico contra o Chile.
Visitas – o palácio não é aberto ao público, mas às vezes os guardas permitem o acesso ao pátio interno.
Localização – Calle 2, Plaza Murilo, próximo ao Palácio do Congresso.

Palácio Legislativo – Congresso

A sede do parlamento boliviano funciona numa construção neoclássica que ocupa quase por inteiro uma das arestas da praça. Foi antigo convento e universidade, destaque para a enorme cúpula em estilo coríntio e altas colunas. Durante a visita fica claro que a difícil situação do país se deve a sua instabilidade política, embora seja um país de indígenas eles só chegaram ao poder com o Presidente Evo Morales.
Visitas – permitidas.

Catedral Metropolitana
Nuestra Señora de la Paz.

A fachada é imponente, frontão neoclássico e colunas coríntias na fachada. Internamente há vitrais para serem observados.

Localização – ao lado do Palácio Quemado.

Palácio de los Condes de Arana – Museu de Arte Nacional

Edifício do século XVIII com obras da escultura boliviana Marina Núñez del Prado e toda uma galeria dedicada a Melchor Pérez Holguín mestre da arte colonial andina.

Calle Jaén

Rua de pedestres forrada com pedras  e ladeada por casarios coloridos do século XVIII que preservam o passado colonial de La Paz, viveram nesta rua dois mártires da independência boliviana: Pedro Murillo e Apolinar Jaén. Aqui estão instalados o Museu das Pedras Preciosas e dos Instrumentos Musicais além de cafés e restaurantes.
Localização – centro histórico

Igreja e Convento de São Francisco

A primeira edificação é da data da fundação da cidade, toda em adobe e palha, desmoronou devido a fortes tempestades de neve por volta de 1610, só sendo reconstruído cem anos depois. A atual foi erguida em meados do século XVIII, por ter sido feita com mão de obra dos Aymaras seus adornos mesclam temáticas europeias e indígenas, denominado barroco mestiço ou barroco andino, as pedras vieram da cidade de Viacha, a cerca de 22km de La Paz.
Não é permitido tirar fotos dentro da igreja.
Localização – praça São Francisco, esquina com a Calle Sagarnaga

Calle Sagarnaga

Ao lado da Igreja de São Francisco, esta rua reúne  infraestrutura necessária para atender os visitantes. São restaurantes, casa de câmbio, agências de viagens e muitos hotéis que se esgotam rapidamente.
El Parnaso (espetáculo para turista)
Restaurante para turistas assistirem uma “peña folclórica”, danças com roupas típicas e música ao vivo.

Localização – Sagarnaga, 189, esquina com Calle Murilo.

Sightseeing City Tour
Se tiver pouco tempo em La Paz use o Sightseeing City Tour, são aqueles ônibus de 2 andares que percorre 28 pontos turísticos, 3 paradas: Av.Illampu (Hotel Qantu)  as 14h., Plaza Murillo 14h.15, Plaza Isabel la Catolica 15h.15 e retorna a Av. Illampu.

Preço – B$15 (U$2,15), você pode subir e descer nas paradas.

Média de preços para comer em La Paz

Café da manhã (desayuno)
Baixo custo – B$16 (U$2,30)
Econômico – B$20 (U$2,87)
Conforto – B$25 (U$3,60)

Almoço
Baixo custo – B$21,50 (U$3)

Econômico – B$25,80 (U$3,70)
Conforto – B$30 (U$4,30)

Jantar
Baixo custo – B$23,80 (U$3,40)

Econômico – B$29,70 (U$4,30)
Conforto – B$36,70 (U$5,50)

Nos arredores de La Paz

Teleférico

Usado por turistas e moradores para se locomover do bairro pobre de El Alto para o centro mais desenvolvido. São várias linhas que funcional 17h. por dia, a maioria delas opera com capacidade de 3.000 passageiros/hora que se acomodam em cabines que cabem 10 pessoas.
Preço – B$3

Mirante Killi Killi

É o mais próximo de La Paz e acessível até sem carro, mas é necessário subir um lance de escadas até Villa Pavon finalizando com uma curta e inclinada ladeira. La no alto a vista é ótima, tem uma praça com bancos para descansar. Observe o mural dedicado às “caseras”, típicas vendedoras bolivianas.
Localização – Av. la Bandera
Preço – acesso gratuito.
Horário – aberto 24h.
Localização – 1km. partindo do centro histórico.

Mercado 16 de Julio
Conhecido como o maior mercado de pulgas a céu aberto do planeta, são aproximadamente 350 quarteirões de produtos, mas nem tudo autêntico. Vale o passeio, cuidado com mochila, sacola e carteira.

Vale de la Luna

É o passeio mais próximo de La Paz, área repleta de formações rochosas esculpidas pela erosão que fazem a paisagem se parecer com a lua. Como a visita é rápida, algumas agências fazem Vale de la Luna junto com Chacaltaya com ou sem almoço.
Diário de Bordo – o Vale de la Luna não me encantou, é um antigo lago que secou e manteve suas formações argilosas, formando crateras. Não fiz junto com o Chacaltaya.
Preço Vale de la Luna – B$15 (U$2,15) + B$30 (U$4,30) pela entrada.
Preço Vale de la Luna + Chacaltaya –  B$20 (U$2,90) + B$30 (U$4,30) pela entrada.
Preço City Tour + Teleférico + Vale de la Luna = B$308(U$45)

Tiawanaku ou Tihuanaco

Tiawanaku foi uma civilização pré-incaica fundado por volta de 200 a.C. e prosperou até 1000 d.C., era um povo avançado em matemática, astronomia, construção e cerâmica. O sítio arqueológico conta com um museu e o conjunto de ruínas ainda em fase de descoberta.
Como chegar por conta própria– em frente ao cemitério de La Paz partem ônibus que chegam até um povoado próximo às ruínas. A viagem dura 1h.30.
Como ir com Agência – é o mais recomendado, inclui guia, transporte e almoço com bebida paga à parte. Saída às 8h.30 e retorno à tarde.
Preço –  B$82 (U$12) + mais entrada no parque de B$100 (U$15)
Preço agência com almoço – B$82 (U$32)
Diário de Bordo – fomos com a Diana Tours, passamos pelo Pueblo de Laja(1548), Quellani, puente Katari, Pircuta, chegamos às 10h. em Tihuanaco. Percorremos todo o sítio arqueológico, monólito Ponce (descoberto em 06/05/1965), Urake, Templete Semisubterrâneo (com cabeças de pedra), Templo de Kalasasaya, Porta do sol com monolitos. Almoçamos: sopa de quínua,  arroz, tomate, cenoura, carne de lhama, sobremesa banana com iogurte de morango. Depois fomos ao museu Centro Espiritual y Político de la Cultura Tiwanaku B$80,00 (U$12) destaque para a Fuente de Ritual, Cruz Andina e vários monólitos. Voltamos às 16h. Aproveitamos o final da tarde para visitar o Museo de Coca.

 Museo de Coca

Bastante interessante, conta a trajetória da coca desde o seu plantio, sua utilização em folhas mascadas pelo povo andino, até o refino da droga. Um museu pequeno, mas esclarecedor.
Localização – Calle Linares, 906
Preço –  B$13 (U$2)

Chacaltaya – 5.480m. a.n.m.

É apenas uma das muitas montanhas que circundam La Paz, o acesso com veículo chega perto do cume, depois é necessário a caminhada a pé, mas é bom para quem já está adaptado com a altitude, no topo está a estação de esqui mais alta do mundo. Nos períodos de nevasca o acesso pode ser bloqueado pela neve. Já no verão o problema são os deslizamentos de terra, comuns nesta região dos Andes.
Preço – de B$137- (U$20)
Diário de Bordo no Chacaltaya – Fomos com a Agência Diana Tour, após 1hora e ½ em um micro ônibus percorrendo despenhadeiros, curvas sobre curvas, sem proteção alguma e sempre subindo chegamos na estação de esqui, a partir deste ponto iríamos a pé até o topo. Já na estação de esqui os sintomas da altitude eram grandes, o guia avisou ao grupo que aquele que sentisse dor de cabeça deveria voltar, não era prudente continuar. Comecei devagar, a cada 10 passos precisava parar para descansar, em alguns trechos precisei sentar em pedras para descansar, em uma dessas paradas vi uma das brasileiras, retornando. Cheguei ao primeiro lance, ali todos descansam, tomam água, tiram fotos, minha falta de ar era tão grande que pensei em parar por ali mesmo. Mas achei covardia não tentar e fui passo a passo, quando atingi o cume achei que o peito iria explodir, tamanha era a dificuldade em respirar. Fiquei sentada algum tempo, felicidade de estar ali, de ter saúde para superar dificuldades, agradecida por ter conseguido estar, sentir e ver tudo aquilo. A paisagem maravilhosa, lá embaixo lagos, alguns trechos com neve, sensação de liberdade. Obstáculo vencido! A descida foi mais rápida, mas requeria cuidado. Fazia muito frio, fomos até a estação de esqui comemorar com um chá de coca.

BOLIVIA X PERU – Na volta paramos perto do cemitério, iríamos pegar um ônibus para Copacabana, Viação Manko Kapac B$15 (U$2,15), saída às 14:00h. com chegada em Copacabana 17h. A viagem ia bem até chegarmos ao estreito de Tiquina, quando o motorista começou a gritar “Baja, baja, baja”, todos desceram. O ônibus atravessaria em uma balsa, mas teria de ir vazio, só com a bagagem, sem saber o que estava acontecendo e nem para onde ir, começamos a correr atrás do tal senhor, seguindo sempre o boné branco, que a certa altura desapareceu, havia um guichê aonde presumimos que deveríamos comprar bilhetes para a travessia em barco separado do ônibus (B$1,50 p/ pessoa). O barco era pequeno, começou a entrar gente, uma senhora começou a reclamar muito dizendo que havia super lotação, mas o marinheiro não dava atenção e colocava mais gente, com sacos, sacolas, malas. Finalmente o barco saiu não havia coletes salva vidas, nunca achei um Estreito tão largo, a margem não chegava nunca, fiquei imaginando como seria um naufrágio ali com a água do Titicaca a 10ºC. Quando chegamos do outro lado o ônibus havia sumido entre muitos outros, ficamos preocupadas com nossas mochilas e quando localizamos ele já estava se preparando para ir embora com portas fechadas, corremos atrás gritando para o motorista parar. A paisagem a partir dali é muito bonita, com o lago aparecendo a cada instante, sempre de ângulos diferentes.

ORURO

Capital Boliviana do Folclore

Distância – Uyuni x Oruro = 313km. / La Paz x Oruro = 231km.
Altitude – 3.735m. a.n.m.
População – 235.600 habitantes (2011).
Moeda – Boliviano (BOB). U$1,00 = B$6,83 (cotação agosto/2020).
Fundação da cidade – 1 de novembro de 1606.
Oruro é a Capital Boliviana do Folclore e tem como festa mais famosa o carnaval. Oruro é a única cidade da Bolívia e talvez de toda a América Latina onde o carnaval inclui no programa uma dança em honra à Nossa Senhora.

Como chegar de La Paz a Oruro – Trem: Wara Wara ou Expreso del Sur. Ônibus: com valor aproximado de B$62 (U$9)

Como chegar de Uyuni a Oruro – Trem Wara Wara del Sur somente às quartas e domingos e o Expreso del Sul às terças e sextas feiras. Compre com antecedência pelo site ticketsbolivia.com.bo. São 2 tipos de vagões Executive e Lounge nestes as poltronas inclinam mais um pouco. Dependendo do tipo de poltrona pode custar a partir de B$59,63 (U$8,55). Vagão restaurante disponível.

Veja meu Diário de Bordo no final do post.

Como sair de Oruro para La Paz – Trem Wara Wara, em semi leitos numerados e poltronas que tem inclinação razoável para descansar, um pouco mais caro são os leitos executivos, ambos com serviço de bordo.
Ônibus são vários, mas tudo sem horário fixo e nem sempre os atendentes vão estar nos guichês, eles costumam vender os bilhetes na rua aos gritos. O preço deve estar em torno de B$20 (U$3). A viagem leva de 4 a 5 horas, o que demora é o trajeto da entrada de La Paz até o Terminal de Ônibus, o trânsito é caótico.
Dica – em Oruro os bolivianos tomam o ônibus fora do terminal para não pagar a taxa de embarque que é de B$2 (U$0,29), aconselho pagar a pequena taxa e já sair acomodado do terminal. Vai haver um certo desconforto pelo aumento da altitude.

O povo não gosta de ser fotografado em seu dia/dia, por esse motivo fiz poucas fotos de Oruro

 O que fazer em ORURO
Santuário de La Virgen de Socavón (Virgem Candelária)

A primeira capela deu origem ao santuário e a igreja atual é de 1781, recebeu o nome de igreja de Nossa Senhora de Copacabana. Como os fiéis veneravam a virgem da Candelária, patrona dos mineiros, conhecida como a Virgem de Socavón ela tornou-se a patrona da igreja. Veja a imagem de São Miguel Arcanjo de 1606, o quadro da Virgen de Socavón (Virgem da Candelária), data do século XVI. A igreja acomoda até 1.200 devotos, no dia 12 de fevereiro os devotos realizam em honra a Virgen del Socavón o folclórico carnaval junto com o Dia do Folclore.

Museo Minero

101-002No subsolo da igreja há uma antiga mina de prata e  vestígios da época colonial com roupas dos mineiros, máquinas, carrinhos, balanças, documentos em balcão com vidros,  artefatos usados na extração de prata.  Os índios foram catequizados com a imagem de Deus no alto e do Diabo na terra, para trabalhar em um local tão perigoso, eles tinham que pedir licença para trabalhar no subsolo e faziam oferendas ao demônio.
No interior das minas bolivianas é comum encontrar uma imagem que muitas vezes é chamada de “Tio” com oferendas de cigarro, bebida, dinheiro e folhas de coca.
A visita tem entrada controlada e é feita com guia em espanhol, o acesso ao subsolo é por uma escada estreita e longa, no final da escada o túnel fica mais largo, frio e úmido.
Ingresso – B$20 (U$3), para tirar foto é cobrada uma taxa à parte.
Paguei B$8(U$1,15) para entrar e B$3(U$0,43)para foto

Monumento a La Virgen del Socavón)

A Virgen del Socavón é uma invocação da Virgem Maria que é venerada na cidade de Oruro onde foi inaugurada uma estátua em 2013 com 45,4m. de altura, pesa 1.500 toneladas, está a 3.845m. a.n.m. A imagem é mais alta que o Cristo Redentor (38m.), no Rio de Janeiro.
A estátua original é venerada no Santuário de Nossa Senhora de Socavon, em Oruro. A inauguração da estátua coincidiu com o início do famoso Carnaval de Oruro.
Como chegar até a estátua – teleférico, estrada Camino a la Virgen.
Atrativos – dentro da estátua há uma capela para 80 pessoas, um complexo cultural de 4 andares com exposições sobre: a criação da cidade, as capelas construídas e o carnaval. Faz frio lá no alto, aproveite a cafeteria.

Plaza 10 de Febrero

A praça existe desde a fundação da cidade em 1606, primeiro como Plaza Mayor, depois Plaza del Rey e com influência espanhola permaneceu assim até 1900, chegaram os franceses e alteram a arquitetura, foram incluídos bebedouros, quiosques, fonte com animais de bronze, quatro leões, dois cães, um javali e um lobo.
Excelente local para sentar-se em um de seus bancos e observar a população local, só evite ficar sob as árvores, há muitas pombas nas árvores.
Foto: Niños de Versailles

 Onde comer
Não fiz uso de restaurante, preferi um lanche rápido para aproveitar melhor o dia na cidade, passei por uma “tienda” de salteñas, pedi uma de frango B$9 (U$1,30) e uma de carne B$10 (U$1,50), foram as melhores salteñas que comi em toda a viagem.

Carnaval de Oruro – se quiser aproveitar o melhor de Oruro

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Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco

O maior carnaval do altiplano boliviano um dos mais importantes do mundo é celebrado na cidade de Oruro no sábado de carnaval. Participam mais de 48 conjuntos folclóricos, cerca de 28.000 dançarinos com fantasias de acordo com as 18 especialidades de danças que reúnem as diversas partes da Bolívia, o trajeto é uma peregrinação com cerca de 5km. até o Santuário de Socavón, na tradicional “Entrada”, é uma manifestação cultural já que tem o lado religioso e pagão, marca o festival Ito, dos Urus. A cerimônia segue os costumes andinos tradicionais, baseados na invocação de Pacha Mama e do Tio Supay, sincretizados, respectivamente, nas figuras da Virgem Maria e o Demônio.
A cerimônia Ito nativa, foi interrompida em meados do século XVII, pelos  espanhóis (então comandantes das  terras do Alto Peru), o que não impediu os Urus de continuar praticando o seu festival, mascarado sob a forma de comemoração cristã, segundo a lenda a Virgem Maria misteriosamente apareceu em uma das minas de prata mais ricas em ouro e é por isso que se chama carnaval de Oruro.

FOTOS DO CARNAVAL – https://boliviaesturismo.com/pt/carnaval-de-oruro-bolivia/

UYUNI X ORURO
Diário de Bordo – em Uyuni comprei uma passagem de trem para Oruro. Havia 3 categorias, escolhi a intermediária. Olhei no relógio eram 10h. e o trem só sairia as 0:05h. Resolvi que ficaria na praça até à noite, mas aos poucos comecei a ficar impaciente, não queria pagar mais uma diária, mas na praça também não era possível, precisava de um banho e começava a esfriar. Procurei um hotel simples: Hotel Palace, Residencial Copacabana, Residencial San Cayetano, atendimento foi péssimo. Optei pelo Hotel Cactu B$70 (U$10), para ficar até à noite. A dona foi muito simpática, o chuveiro era bom, mas o quarto cheirava a mofo, colchão ruim (fui até espetada por uma agulha), temperatura no quarto 10ºC. Saí para almoçar, mas como já havia passado da hora os restaurantes estavam fechados, encontrei um quiosque na praça. O dono entregou o cardápio de lanches, pedi um sanduíche de queijo, depois de muito vasculhar na geladeira disse que não tinha. Escolhi um de frango, tornou a olhar na geladeira, também não tinha. Troquei por um de jamon (presunto), ele abriu um sorriso desdentado e disse que tinha, mas eu teria de esperar até que sua a filha fosse comprar o pão. Aguardei quase meia hora, chegou o sanduíche: pão, uma fatia finíssima de presunto e uma fatia de tomate e uma coca cola.
Ao sair do hotel às 11h.20 estava preocupada, não havia ninguém nas ruas, mas para minha surpresa a Estação de Trens estava lotada de mochileiros. A viagem durou a noite toda, é possível dormir um pouco. Como sabia que pela manhã seria vendido um café, imaginei que haveria um vagão restaurante, transitei por vários vagões e nada, quando tentei passar para o vagão executivo a porta estava trancada. Voltei para meu lugar, resolvi ir até o banheiro. Péssimas condições, impossível descrever! Voltei para minha poltrona, para minha surpresa aparece um rapaz, com uma imensa garrafa térmica vendendo uma caneca de café e um sanduíche de pão com presunto. Beleza!

Chegando a ORURO – quinta feira

O trem começa a serpentear por vários pueblos, a paisagem mudou completamente, muito verde, plantações, lagos cheios de pássaros que fazem revoada ao amanhecer, mas para apreciar tudo isso só estando sentado ao lado esquerdo do trem.

Cheguei em Oruro às 8h,

A princípio pretendia dormir em Oruro, mas como era pouca coisa para ver pensei melhor e achei que seria possível seguir no mesmo dia para La Paz, com ônibus a cada meia hora. Fui ao guarda volumes, deixei minha mochila, me informei como chegar ao Santuário da Virgen de Socavón. Como as informações estavam muito confusas sobre qual ônibus local deveria tomar, resolvi ir andando guiada pelo mapa. Segui pela Avenida 6 de Agosto até a Calle Junin, dobrei à direita, neste ponto há um interessante mercado de rua, com verduras, frutas, grãos e muito material esotérico. Passei um tempo observando as bancas, me abstive de tirar fotos para não criar problemas, já sabia que o pessoal não gostava. O Santuário se localiza no alto da cidade, subi devagar e parando bastante, ainda sentia muita falta de ar. Ao chegar ao local precisei sentar, não aguentava nem falar, depois de algum tempo fui até a secretaria do Santuário para a visita ao subsolo onde está a mina. Tomei um lanche e na sequência com o teleférico subi até a imagem da Virgen de Socavón e assim terminei o roteiro de visitas.
Voltei para a rodoviária, vários guichês ofereciam passagem para La Paz, optei pela Viação Trans Aroma B$28 (U$4), o agente me garantiu que o ônibus era direto. Para ter acesso a zona de embarque é necessário pagar uma taxa de embarque no valor de B$2 (U$0,29), quando desci para a área de embarque percebi que nem era necessário ir até o guichê, vários agentes das empresas, corriam atrás dos viajantes, talvez fosse possível até conseguir um desconto. Tomei assento no ônibus, um Mercedes Benz, brasileiro, confortável, inclusive internamente todos os avisos escritos em português. O ônibus não era direto!

Uyuni, Deserto de Sal

Potosi  x  Uyuni

Como chegar  

UYUNI

População – 29.518 habitantes (2012).
Altitude – 3.600m. a.n.m.
A cidade – Uyuni pode ser considerada como “cidade dormitório”, já que é o ponto de partida para o deserto de sal, não tem atrativos turísticos, mas é repleta de agências de turismo.

SALAR DE UYUNI


É a maior planície de sal do mundo, com 10.582km.2 formada em um lento processo. Há milhares de anos existiam lagos nessa região, a água evaporou e ficou o deserto de sal. 

QUANDO IR – a maior parte do ano o Salar fica todo seco, o número de lugares visitados é maior. No verão (final de abril), período chuvoso ele vai estar alagado, nem sempre é possível ter acesso a todas as atrações, mas o alagado funciona como um espelho que reflete o céu, as nuvens e as estrelas a noite.

ONDE FICAR EM UYUNI
Hospedagem econômica – Hostal Laguna Colorada, Hostal de Sal e Hostal e San Cristobal. Preço médio U$70.
Hospedagem de luxo – Hotel los Flamencos (U$225), Hotel Tambo Coquesa (R$588), Hotel Luna Salada (R$353). Todos com wi-fi.
Pacotes – Os preços variam muito, dependem do período, número de pessoas, dias dentro do Salar. Preço médio para um dia U$29 por pessoa. (salar, almoço Ilha Incahuasi e cemitério de trens). Para 3 ou 4 dias o preço fica a partir de U$120.
Agências de referência: Andes Salt Expeditions, Senda Andina (muito boa, opera junto com a Atacama Trips e oferece Atacama com Uyuni).

SOROCHE – caso não esteja aclimatado vai sentir os efeitos da altitude, o chá de “Chacoma” é fácil de encontrar na cidade e ajuda. Tome água mesmo sem sede e coma mesmo sem fome.
IMPORTANTE – é um passeio cansativo, com acomodações pouco confortáveis, quartos compartilhados, comida não falta, mas não é boa e a higiene pode deixar a desejar. Banho quente? Nem sempre vai ter. Os refúgios não tem aquecedores, alugue um saco de dormir (U$10,00). Fui sem reserva, descendo do ônibus já há um cerco dos agentes de turismo. Optei pela Discovery Bolívia (tem melhores), a agente praticamente arrasta o cliente e inicia dizendo que aceita cartão de crédito, mas na hora de fechar o pacote diz que não é possível, apesar de “gostar muito dos brasileiros”. Início da negociação US$120,00, deixou por US$100,00 pedindo por favor para não dizer aos demais participantes do tour, fiquei sabendo que alguns pagaram US$90,00. A agência indica o Hotel Avenida, jantei no Restaurante 16 de Julio.  

Hotel Avenida
Hospedagem tipicamente mochileira, bom custo benefício, bem localizado, quarto  privativo e banheiro estavam limpos, colchões razoáveis, wi fi, lavanderia, administração atenciosa.
Localização – Avenida Ferroviária
Preço – U$28 quarto simples, sem café da manhã.
Restaurante 16 de Julio
Boa aparência e localização, comida regional, espere prato rico em gordura. Só fornecem a senha e wifi se você fizer pedido de prato, só café ou chá não tem senha! Atendimento demorado e ruim.
Preço – pasta ao suco e um pedaço de frango B$40 (U$5,75), um suco B$15(U$2,15). Quase pedi uma sopa B$18, mas a mesa vizinha estava reclamando que estava seca e fria. Se for pagar com cartão pergunte antes, tem acréscimo de 10%.
Localização – Praça Aniceto Arce, 35

1º. dia

Pela manhã tomei café em uma lanchonete na praça, a dona ouvia uma televisão em volume alto e pilotava uma enceradeira infernal!  Pedi o desayuno: café com leite, pão, manteiga, geleia, ovos, suco, B$12 (U$1,70). Enquanto aguardava fiquei olhando no balcão um desfile de refrigerantes regionais marca “Burbujas”, nas cores coca-cola, fanta e um incrível vermelho indecifrável. Pedi para ir ao banheiro, dava de frente para a cozinha, dei uma olhada rápida no preparo do meu desayuno, achei melhor não prestar muita atenção, pois precisava daquele café da manhã.
Fui para a Agência, me disseram que sairíamos as 10h., mas para esperar no Hotel. Voltei para o Hotel, apareceu um rapaz dizendo que não era no Hotel, mas sim em outra Agência, ao lado do Hotel. Só então começaram a organizar a comida, combustível e mochilas em cima do jipe 4×4. Perguntei para a agenciadora sobre meu saco de dormir, ela havia esquecido! Foi preciso desamarrar a carga para acrescentar o saco. Conclusão: só saímos às 11h.30. Nosso grupo composto de 1 espanhol, 2 ingleses, 1 francês, 1 indiano, 1 neozelandesa, eu e o guia Hector.

1ª. parada – CEMITÉRIO DE TRENS

Museu a céu aberto com carcaças de trens que foram abandonados após desativação da retirada de minérios da região de Potosi, seu período máximo foi entre 1920 a 1929 quando entrou em crise. Fica na periferia da cidade, o solo arenoso contrastando com as escuras locomotivas resultam fotos interessantes.

2ª. parada – COLCHANI

O Salar de Uyuni contém cerca de 10 bilhões de toneladas de sal, com 25.000 toneladas escavadas e processadas anualmente. No povoado vivem cerca de 600 pessoas que sobrevivem da extração de sal, venda de artesanato feito de sal e arte têxtil de lhama e alpaca. O trabalho é difícil, não possuem proteção alguma para trabalhar no salar, param de trabalhar aos 40 anos por problemas de saúde. O Museu de Sal não leva mais do que 10 minutos para ser visitado.

3ª. parada – SALAR DE UYUNI

Local onde são feitas as “pirâmides” de sal para serem drenadas e depois recolhidas em caminhões. São quase 12mil km2 de sal, com crostas de 5 a 70cm. de espessura a uma altitude de 3.650m. a.n.m. Da cidade de Uyuni até o Salar são 30km. Não dá para resistir! Abaixei e coloquei um pouco de sal na boca! agora já é necessário colocar óculos escuro, o sol refletido no chão branco incomoda a vista. Observei que o inglês colocou óculos de natação, o rapaz estava em outra dimensão. 

4ª. parada – ISLA DEL PESCADO – INCAHUASI

Localizada na província de Daniel Campos, a uma altitude de 3.660m. a.n.m. Recebe este nome por seu formato em forma de peixe, são altas formações de corais em meio ao Salar cobertas por imensos cactos. No deserto de Uyuni estão cerca de 70 variedades de cactos. Chegamos as 13h.45.Para percorrer a Ilha é necessário pagar uma taxa de B$30 (U$4,30), que dá direito ao uso de banheiro. A vista do alto das formações de corais é incrível, em toda sua volta há sal a perder de vista. Neste local o guia prepara o almoço, servido ao ar livre em mesas de sal. Salada de tomate, pepino, abacate, almôndegas, quinua, pão, refrigerante. Aproveitei para percorrer pelo menos uma parte da ilha, ela é bem sinalizada com ótimos ângulos para fotos. Após o almoço seguimos em direção ao hotel de sal.

5ª. parada – Hotel de Sal

Fica a 160km. de Uyuni, ao longe um edifício de aparência simples, mas de perto muito interessante. As paredes são feitas de blocos de sal, cobertura de palha, tendo em vista que lá não chove. Ao entrar o encanto continua: as mesas, bancos, camas, criado mudo, tudo feito de blocos de sal. Coloridas toalhas com motivos nativos cobrem as mesas, almofadas com mesmo motivo sobre os bancos, o piso todo em sal grosso convida o visitante a arrastar os pés. Banheiros em alvenaria, ducha com água quente que é paga à parte. O hotel não tem luz elétrica, somente velas acessas à partir das 17h., mas enquanto se aguarda o jantar servido as 19h., apesar do frio e vento vale a pena dar uma volta fora do hotel para ver os rebanhos de lhamas e o pôr do sol. Jantar: sopa de quínua, bisteca com vagem, cenoura, quínua e chá. Tudo servido em pratos e canecas de barro. Cerveja em temperatura ambiente (sempre), são cobradas à parte. A noite faz bastante frio é indispensável um saco de dormir. A comunicação com o grupo foi complicada, eu era a única que não tinha inglês fluente, não fumava e o grupo era jovem.  O guia dava informações completas em inglês e me informava rapidamente alguma coisa em espanhol. Por sorte havia estudado tudo o que iria ver, portanto o guia era apenas um complemento, perguntava quando tinha dúvidas.

 
 


2º. DIA

Hotel de Sal

Horário 7h. , 5ºC negativos. Para o café da manhã foi fornecida uma garrafa térmica com água quente para que cada um preparasse sua bebida. Café solúvel, leite em pó, chocolate, chá, manteiga, doce de leite, geleia, pão.

Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa

Criada em 1973, província de Sud Lípez, altitude entre 4.000 a 6.000m. a.n.m., taxa de entrada de B$150 (U$21,50). Saímos da região do Salar para uma região de desértica, com areia e montanhas. Passamos pelo Pueblo de San Juan, um outro salar menor Chiguana.
Paramos em um mirador a 4.200m. a.n.m. eram 10h. da manhã e a temperatura era de 8º.C, ventava muito, a sensação térmica era infinitamente inferior, mas valia a pena descer do jipe, avistar o Volcan de Ollague 5.865m. a.n.m.  e as formações rochosas.

 

Laguna Cañapa

A lagoa é toda rodeada de bórax muito branco que contrasta com os flamingos rosados, eles se instalam ali durante o verão, no inverno eles são mais raros. O dia não estava muito propício, ventava muito e o tempo bastante nublado não favoreceu muito as fotos.

Laguna Hedionda

Além da Laguna Hedionda passamos também pelas Lagunas Viscacha e Honda, cada lagoa é uma surpresa, cores variadas de acordo com o mineral que abriga no seu solo, os flamingos sempre presentes, ora em maior ou menor quantidade. A Laguna Hedionda tem uma vantagem sobre as demais, tem alguma estrutura para receber o turista, restaurante com vista para a lagoa, banheiro e um wi-fi que mesmo não sendo gratuito é um diferencial positivo.

Arbol de Piedra

Após mais 1h. de viagem e é a vez da Arbol de Piedra, formação rochosa de origem vulcânica, que tem a forma de uma árvore e desafia a lei da gravidade, pois o “tronco” parece que não vai suportar o peso dos “galhos”. Fica no Pampa de Sioli, a 18km. ao norte da Laguna Colorada. Nesta parada a temperatura era 0ºC., ventava muito e começa a nevar, algumas pessoas nem desceram do jipe por causa do frio. Como a neve começava a aumentar muito, o guia achou conveniente irmos direto par o refúgio. Chegamos as 13h.30. O guia se dirigiu para a cozinha, fomos todos atrás dele por que lá havia um fogão à lenha, mas ele nos expulsou, havia utensílios sujos por todo lado, não tinha pia, a louça nesses locais é lavada em bacias para aproveitamento da água. Na cozinha havia até uma cama. Acho que foi melhor sair mesmo!
Almoço servido: salada de pepino, frango assado, batata, molho de tomate, cebola e pão.
Fui procurar um banheiro para um banho. Água? Só fria, o banheiro estava em péssimas condições de higiene, havia um compartimento que servia para banho, mas não havia chuveiro, a água estava estocada em um tambor, tinha um caneco, após o uso do sanitário, cada um deveria jogar um caneco de água, mas parece que não houve um entendimento desta prática entre o grupo. Agora nevava muito, 6ºC negativos. Olhei para o tambor com água gelada, olhei para o caneco. Desisti do banho!
Nevando muito, passamos a tarde toda sem fazer absolutamente nada. O refúgio tinha 4 quartos com 7 camas e como estáavamos nós no local, pegamos cobertores nos outros quartos, além do saco de dormir coloquei mais 5 cobertores. Vesti todas as roupas que tinha na mochila. Decididamente não estava preparada para um frio deste porte.
O jantar foi servido: macarronada, maçã e vinho. O teto do refúgio era de telha tipo brasilit, com várias pedras segurando para não haver destelhamento durante a ventania. O brasilit que recobria o telhado da “sala” tinha vários furos e a neve começou a cair sobre o jantar, levamos a mesa para o quarto, lá havia um forro de plástico sob o brasilit. Depois… chá, chá, vinho, chá, vinho, chá, chá. Não necessariamente nesta mesma ordem. O guia nos comunicou que se a neve não melhorasse provavelmente teríamos que cancelar o tour do dia seguinte, pois seguir daquele local para frente seria imprudência, poderíamos ficar ilhados e provavelmente sem comida. Pela madrugada acordei sufocada com o peso dos cobertores!

3º. DIA

Refúgio – acordamos 7h. Com 1º.C dentro do refúgio e fora 3ºC negativos. Havia parado de nevar. Desayuno: café solúvel, leite, chocolate, chá, margarina, doce de leite, geleia de pêssego. Iríamos ver este mesmo lanche várias vezes, o pão ao final já estava terrível de comer, de tão duro.

Gêiseres

Saímos às 8h.15h. para conhecer os gêiseres, a temperatura era de 6ºC negativos, a 4.850m. a.n.m., é uma área de atividade vulcânica constante, de onde se desprendem gases em alta pressão. Tudo era tão bonito e novo que não tinha como não descer e correr por aquele amontoado de gêiseres, borbulhantes, envoltos em névoa e muita neve no chão. Saímos as 9h.30 com destino novamente a mais três lagoas, o jipe atolou na neve e foi necessário esperarmos ajuda para sair dali.

Laguna Colorada

A Laguna Colorada está a uma altitude de 4.278m. a.n.m. e 60km2. de extensão, pouca profundidade, possui águas salinas, conta com ilhas de gelo cobertas de bórax. Sua cor se deve a pigmentos de micro organismos, que são alimentos dos flamingos.

Laguna Carpina.

Lagoa também margeada por larga camada de bórax.

Laguna Verde

Possui a coloração verde esmeralda devido a alto teor de arsênico, próximo a Laguna está o vulcão Licancabur (5.860m. a.n.m.). Voltou a nevar forte e tivemos que ir embora, passamos pelo Pueblo Villa Mar, depois ao Pueblo de San Agustin.

Pueblo San Agustin

Um pouco maior do que Villa Mar, mas tão poeirento quanto, povoado espremido entre rochas imensas, a altitude é de 3.837m. a.n.m. Local de parada para o almoço: salada de tomate com pepino, arroz com cenoura, atum em lata, pedaços de queijo de gosto e aparência duvidosa, laranja, água e coca cola. O guia se utiliza da cozinha de uma casa particular para preparar a comida. Na praça um pequeno coreto e uma ave indecifrável de concreto, uma coisa meio amorfa, ao fundo uma igreja que um dia havia sido pintada de amarelo. Continuei andando, a rua principal do povoado devia ter no máximo cinco quadras, fui até o final, encontrei uma senhora sentada sobre uma colcha, limpando grãos de quinua, estava com dois filhos, sentei-me ao seu lado e comecei a conversar, fiquei ali até o horário do almoço, uma pena ela não querer fazer foto.
MICO DO DIA Depois do almoço seguimos viagem, no caminho o inglês tirou do bolso um cigarro de maconha, alisou, acertou, acendeu, deu algumas baforadas, passou para o indiano, que após fazer uso passou para o outro inglês, que fumou e me ofereceu: – Te gustas? Recusei gentilmente e intimamente constrangida pensei: Quem mandou fazer um tour em uma tribo que não é sua? Afinal as pessoas que ali estavam tinham menos de 30 anos.

Valle de Rocas

Centenas de rochas vulcânicas que foram sofrendo erosão eólica e com o tempo ficaram com formas diversas que a imaginação pode dar nomes. Em algumas é possível escalar, mas são muito escorregadias, prepare-se para fazer muitas fotos. “Minha turma” logo se posicionou atrás de algumas rochas e continuaram com o ritual da maconha, porque o guia pediu para que eles evitassem fumar dentro do jipe que estava com os vidros fechados por causa do frio. Seguimos para conhecer o pequeno Salar de Tiguana.

Povoado de San Juan

Nosso guia não havia feito reserva, já era tarde e os alojamentos estavam lotados, só foi possível em uma casa de família que, mantinham alguns quartos em uma espécie de palafita. Cada quarto tinha duas camas, fiquei com o rapaz da França, devia ter uns 18 anos, muito educado, falava um pouco de espanhol. Assim que larguei a mochila no quarto desci para tomar banho por B$5,00 (U$0,70), seria necessário aguardar um pouco, porque o chuveiro era à gás, e ele teria que colocar água na caixa, isto com auxílio de um balde. Foi servido um chá para esperar até a hora do jantar, todos estavam com fome, fui buscar uma lata de atum que havia restado em minha mochila e algumas bolachas salgadas que dividi com o pessoal. Depois do chá fui para o banho, mas nada! O dono da casa me devolveu o dinheiro dizendo que era impossível, na noite anterior havia nevado muito e o encanamento havia estourado, portanto não havia água na casa. Surtei! Era humanamente impossível um segundo dia sem banho. Fui até a cozinha e disse que pagava os B$5,00 por um pouco de água morna. Demora e expectativa! Apareceu uma pequena chaleira com água quente e uma bacia de plástico também muito pequena com água fria. Fui até o banheiro, e agora? Misturei a água quente na bacia,  usei o mínimo possível de água para me molhar, ensaboar e com o pouco restante retirei o sabonete. Me enxuguei com a fralda, me vesti e fui jantar. Logo que entrei o espanhol agressivo perguntou: Por que brasileiro toma tanto banho? Respondi que era normal e no verão até mais de um banho. Ficou espantado e disse que era um desperdício de água. A garota da Nova-Zelândia disse que tomava banho uma vez por semana.  O francês endossou que era mesmo um exagero, ainda mais tendo em vista as condições precárias do local. Aquele era o último jantar comunitário, o guia com o estoque de comida quase esgotado, serviu uma sopa, salsichas, ovo frito, e um caldeirão de batata com cenouras cozidas. Havia uma salsicha para cada um, o indiano pegou metade delas colocou em seu prato, experimentou algumas não gostou e abandonou o restante. Conclusão ele não comeu e as restantes não foram suficientes para todos. Quando cheguei até a mesa eles já tinham devorado tudo, por um banho fiquei sem jantar. O pessoal ainda ficou conversando, fui dormir O colchão era de um material indefinido, muito fino, o saco de dormir era para baixas temperaturas, grosso, ajudou a “amaciar”. Foi difícil? Não! Faria de novo? SIM.

4º. DIA

Levantamos as 4h.30, 5ºC. negativos

Sol de Mañana (nascer do sol)

A proposta era apreciar o dia amanhecer “sol de mañana”, no salar a temperatura era de 0ºC e muito vento, 4.278m. a.n.m. Ficamos fora do jipe para apreciar o amanhecer, realmente foi maravilhoso, o sol surgindo por detrás das montanhas, horizonte vermelho, inundando tudo e refletindo seus raios sobre aquele mar de sal. Nenhuma foto pode avaliar a amplitude de tudo aquilo, momento de encantamento. Nossa próxima parada foi no hotel de sal Playa Blanca, particular, só é possível fazer fotos hóspedes ou compradores de souvenires. Nosso desayuno foi na parte externa do hotel, o guia acendeu o fogareiro, aqueceu água e improvisou uma mesa na parte traseira do jipe, comemos em pé, vale lembrar que as canecas estavam horríveis, como no albergue anterior não havia água, todas estavam com algum resíduo. Eca!!! O pão era daquele lote do primeiro dia. A temperatura agora era de 14ºC, Hector nosso guia fez o retorno muito devagar, pois nosso tour deveria chegar às 14h. em Uyuni, como não havia mais nada para ver, acabamos chegando às 9h.
Fui até o terminal de ônibus comprar uma passagem para Oruro, distante 313km. de Uyuni, mas o ônibus já estava lotado. Fui até o Hotel Central aonde havia me hospedado, pedi para usar o banheiro, B$1,00 (U0,15). Atravessei a Avenida Ferroviária e me dirigi até o terminal de trens. Havia 3 categorias, escolhi a intermediária, Salón B$45(U$6,50), a categoria superior, leito era B$81 ((U$12,20), e a inferior B$30,00 (U$4,30). Olhei no relógio eram 10:00h. e o trem só sairia às 0:05h. Fui ao Hotel Cactu B$15,00(2,15), afinal só iria ficar até á noite. A dona foi muito simpática, o chuveiro era bom, mas o quarto cheirava a mofo, colchão ruim (fui até espetada por uma agulha), frio 10ºC. Saí para almoçar, os restaurantes estavam fechados, encontrei um quiosque na praça. O dono entregou o cardápio de lanches, pedi um sanduíche de queijo, depois de muito vasculhar na geladeira disse que não tinha. Escolhi um de frango, tornou a olhar na geladeira e também não tinha. Troquei por um de jamon (presunto), ele abriu um sorriso semi desdentado e disse que tinha, mas eu teria de esperar até que sua a filha fosse comprar o pão. Aguardei quase meia hora, chegou o sanduíche: pão, uma fatia finíssima de presunto e uma fatia de tomate B$5,50 e uma coca cola (B$3,00). Na praça existem vários restaurantes.
Ao sair do hotel às 11:20h. estava preocupada, não havia ninguém nas ruas, mas para minha surpresa a Estação de Trens estava lotada, muitos mochileiros que na sua maioria optaram pelo vagão leito. A viagem durou a noite toda, é possível dormir um pouco. Como sabia que pela manhã seria vendido um café, imaginei que haveria um vagão restaurante, transitei por vários vagões e nada, quando tentei passar para o vagão executivo a porta estava trancada. Voltei para meu lugar, resolvi ir até o banheiro, impossível descrever! Voltei para meu banco, logo  apareceu um rapaz, com uma imensa garrafa térmica vendendo uma caneca de café e um sanduíche de pão com presunto. Beleza! Agora era só aguardar a chegada a ORURO.