População– 766.468 (2012), habitantes
Altitude – 3.640m. a.n.m., é a capital mais alta do mundo
Localização – Centro-oeste da América do Sul
Idiomas – Espanhol, quíchua e aimará (oficiais).
Quando ir – sempre faz frio, chove no verão, as estações correspondem às mesmas do Brasil.
Clima – seco e frio
Moeda – pesos bolivianos BOB, em 2020 U$1,00 = B$6,83
Documentos – brasileiros podem ingressar na Bolívia apenas com o RG, sem necessidade de passaporte. O documento precisa estar em bom estado e não há qualquer regra dizendo que o RG precisa ter menos de dez anos, mas os bolivianos podem encrencar com isso. Qualquer outro documento, como carteira de habilitação, não são aceitos.
Taxa – Brasileiros não pagam nenhuma taxa e podem ficar por até três meses na Bolívia como turistas.
Vacina – vacina de febre amarela é obrigatória, mas nem sempre eles pedem a Carteira Internacional de Vacinação, na dúvida, providencie.
Quanto tempo ficar – 2 dias para a cidade e 2 dias para o entorno.
Soroche – para quem estiver chegando direto do Brasil pode ter problemas com a altitude, faça tudo devagar e se for até o Chacaltaya e Huayana Potosí deixe para o último dia.
Fundada em 20 de outubro de 1548 por Don Alonzo de Mendonza, para comemorar o fim da guerra civil entre almagristas e pizarristas (ex-sócios e conquistadores do Império Inca), originalmente ficava perto do Lago Titicaca, mas com a aparição do ouro no cascalho do rio Chuquiyapu a cidade foi para o atual lugar.
Vista do alto a cidade está em um canyon escavado pelo rio Chuquiyapu, em sua volta os picos da cordilheira com mais de 5.000m. a.n.m. que protege a cidade dos fortes ventos do Altiplano.
La Paz é uma metrópole que encanta por suas tradições indígenas em cada rua, população pobre sofre com consequências sociais e econômicas, mas sem dúvida é um local que encanta. Pesquise bastante antes de ir.
São Paulo x La Paz
Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), parte do Brasil voos da Latam e Gol para o Aeroporto Internacional El Alto (LPB), que está a 4.058m. a.n.m., distante a 10km. do centro de La Paz, os aviões operam em pistas longas devido os efeitos do ar rarefeito. Há ônibus e táxis para a cidade.
Taxa de embarque internacional – se sair da Bolívia por este aeroporto deixe separado U$25. Para voos domésticos B$15 (U$2,15).
Oruro X La Paz
Diário de Bordo – Na Viação Trans Aroma B$28 (U$4), o agente me garantiu que o ônibus era direto. Para ter acesso a zona de embarque é necessário pagar uma taxa de embarque no valor de B$2 (U$0,29), quando desci para a área de embarque percebi que nem era necessário ir até o guichê, vários agentes das empresas, corriam atrás dos viajantes, talvez fosse possível até conseguir um desconto. Tomei assento no ônibus, um Mercedes Benz, brasileiro, confortável, inclusive internamente todos os avisos escritos em português. O ônibus não era direto!
Onde ficar em La Paz
Diário de Bordo – durante o tour do Salar de Uyuni o espanhol e namorada me deram ótimas referências sobre o Hotel Ângelo Colonial na Calle Santa Cruz Mariscal, centro. Sobrado antigo, quartos adaptados, banheiro compartilhado, sem TV, sem desayuno, meu quarto não tinha janela, cozinha suja, tudo muito ruim e na Calle Sagarnaga só havia vaga em hotel melhor para o dia seguinte. Foi a noite que me senti mais insegura, nem mesmo em Cochabamba estive assim. A porta apesar de fechada tinha algumas frestas, coloquei uma cadeira calçando a porta, acordei várias vezes durante a noite.
Hotel Sagarnaga (recomendo)
Ótima localização, quartos com TV, banho privado, wi-fi, recepção 24 horas, cofre, produtos de higiene pessoal, elevador, café da manhã incluído, restaurante, perto do centro, mas com subida para chegar até ele.
Localização – Calle Sagarnaga, 328
Preço – U$32, twin
O QUE VER EM LA PAZ
Diário de Bordo – fui para o Hotel Sagarnaga, como minha filha só chegaria no dia seguinte, no próprio hotel contatei a Diana Tours e segui para City tour em van e Vale de la Luna
City Tour (em van)
Diário de Bordo – O tour não foi exatamente o que esperava, primeiramente o guia se preocupa em mostrar a La Paz elitizada, condomínios, palacetes, repete a todo momento o valor estimado de cada casa. Gostei mais do centro velho.
Há um city tour pelo centro histórico que pode ser mais interessante, ele é feito caminhando pelos pontos turísticos: Praças São Francisco, Murillo, São Pedro, Alonso de Mendonza, Mercado das Bruxas e Rua Jaén. Tem saídas de manhã e à tarde com 3h. de duração. Os hotéis fazem a reserva.
Preço médio – B$48 (U$7)
Diário de Bordo – terminado os passeios e ainda sob o efeito do soroche (mal da altitude), perambulei pelo centro para comer algo, tudo muito gorduroso, resolvi tomar uma sopa no Shopping Norte, na área de alimentação pedi um caldo de frango. Surpresa! Caldo ralo com um pé de frango boiando, detalhe que um dos “dedos” ainda estava com unha. Eca! Acompanhava o caldo uma batata amarela, uma branca e uma preta (horrível) e pão. Empurrei tudo no canto do prato e tentei tomar o caldo com pão.
Diário de Bordo – no dia seguinte acordei ainda com os sintomas do soroche, comprei Sorojchi Pills, atravessei a Av. Mariscal Santa Cruz, sentido 16 de Julio e fiquei aguardando uma Van que fosse até o aeroporto B$3,60 (U$0,50), uma verdadeira loucura, os ônibus e vans se aglomeram, é preciso fazer malabarismos para tomar um deles. Aguardei a chegada do voo da Paula fomos até a cafeteria do aeroporto para ela tomar um chá de coca e se prevenir com uma cápsula do Sorojchi Pills. Com uma van retornamos ao hotel, como ela estava bem começamos nosso tour pelo Mercado Central
Mercado Central
No setor de carnes: galinha, pato, carne, fígado, coração, rim, pulmão, em bacias ou pendurados em ganchos, tudo sem refrigeração. Na área de alimentação quiosques vendendo frango à milanesa, nacos de carne, peixe frito, tudo amontoado em bacias, sobre balcões sem cobertura. Sopa aos montes, são servidas em caldeirões que ficam no chão, junto com algumas bacias com água turva aonde são lavados os utensílios. Um suco de pêssego, que segundo informaram é um fermentado da fruta em água, açúcar, cravo e canela, depois de pronto é colocado em copo ou sacos plásticos. O piso impossível dizer o material de origem, tamanha é a camada de gordura que está sobre ele. O local tem corredores estreitos, as vendedoras, com encardidos aventais oferecem gritando o seu produto, algumas chegam a levar as bacias com as frituras até a cara do “freguês”. Outras enfiam conchas dentro dos caldeirões de sopa para mostrar a qualidade do produto. Não dá para ficar muito tempo! Mas é digno de ser visto. Saindo dali fomos para o setor de flores. Toda a volta do mercado é cercada de ambulantes vendendo frutas, doces, pães, refrigerantes, do outro lado da Calle Camacho um movimentado mercado de roupas. Esta região da Igreja São Francisco, Praça e Mercado Central é um verdadeiro formigueiro de gente.
Calle de las Brujas (mercado das bruxas) Calle Linares
São encontrados todos os tipos de ervas, unguentos, velas, incensos, tudo que se possa querer para “magia”, asa de condor, aves e sapos embalsamados com pedras vermelhas nos olhos, remédios naturais para qualquer tipo de doença e até leitura do futuro em folhas de coca. Para quem não quiser ter o trabalho de montar seu kit, eles já fornecem prontos, de acordo com a necessidade do freguês. A curiosidade são os fetos de lhama embalsamados, eles são usados como oferenda a Patchamama (Deusa Terra), ao se construir uma casa ou montar um negócio, ele deve ser enterrado no terreno antes da construção. Lugar para se observar um pouco da cultura e crença dos indígenas bolivianos.
Diário de Bordo – comprei uma Pachamama (mãe terra), me pareceu a coisa menos assustadora.
Localização – próximo a Calle Sagarnaga, esquina da Calle Santa Cruz e Melchor Jimenez, concentrado na Calle Linares.
Dica – evite fotos, eles não gostam, evite problemas.
Praça Murillo
Um ótimo local de observação, crianças alimentando pombos, roupas típicas, chapéus tradicionais das mulheres aymaras que conversam na praça. É o melhor local para observar importantes edifícios do período colonial. Sempre cercada de policiais por conter manifestações políticas.
Na praça está o busto de Gualberto Villarroel que foi retirado do palácio e morto pelos Vigilantes, depois o corpo foi pendurado em um poste de luz. Outra estátua é de Pedro Domingo Murillo, lutou na guerra da independência e foi enforcado em 1810.
Palácio do Governo, Palácio Presidencial (1825)

Arquitetura neoclássica, chamado popularmente de Palácio Quemado, onde fica a residência oficial do Presidente boliviano, aqui funcionam escritórios presidenciais e o gabinete do presidente. A denominação de Palácio Quemado vem desde o século XIX quando numa das revoltas o edifício foi incendiado e posteriormente reerguido.
Procure assistir a cerimônia da troca de guardas, o uniforme vermelho do século XIX presta homenagem aos soldados que lutaram durante a Guerra do Pacífico contra o Chile.
Visitas – o palácio não é aberto ao público, mas às vezes os guardas permitem o acesso ao pátio interno.
Localização – Calle 2, Plaza Murilo, próximo ao Palácio do Congresso.
Palácio Legislativo – Congresso
A sede do parlamento boliviano funciona numa construção neoclássica que ocupa quase por inteiro uma das arestas da praça. Foi antigo convento e universidade, destaque para a enorme cúpula em estilo coríntio e altas colunas. Durante a visita fica claro que a difícil situação do país se deve a sua instabilidade política, embora seja um país de indígenas eles só chegaram ao poder com o Presidente Evo Morales.
Visitas – permitidas.
Catedral Metropolitana
Nuestra Señora de la Paz.
A fachada é imponente, frontão neoclássico e colunas coríntias na fachada. Internamente há vitrais para serem observados.
Localização – ao lado do Palácio Quemado.
Palácio de los Condes de Arana – Museu de Arte Nacional
Edifício do século XVIII com obras da escultura boliviana Marina Núñez del Prado e toda uma galeria dedicada a Melchor Pérez Holguín mestre da arte colonial andina.
Calle Jaén
Rua de pedestres forrada com pedras e ladeada por casarios coloridos do século XVIII que preservam o passado colonial de La Paz, viveram nesta rua dois mártires da independência boliviana: Pedro Murillo e Apolinar Jaén. Aqui estão instalados o Museu das Pedras Preciosas e dos Instrumentos Musicais além de cafés e restaurantes.
Localização – centro histórico
Igreja e Convento de São Francisco
A primeira edificação é da data da fundação da cidade, toda em adobe e palha, desmoronou devido a fortes tempestades de neve por volta de 1610, só sendo reconstruído cem anos depois. A atual foi erguida em meados do século XVIII, por ter sido feita com mão de obra dos Aymaras seus adornos mesclam temáticas europeias e indígenas, denominado barroco mestiço ou barroco andino, as pedras vieram da cidade de Viacha, a cerca de 22km de La Paz.
Não é permitido tirar fotos dentro da igreja.
Localização – praça São Francisco, esquina com a Calle Sagarnaga
Calle Sagarnaga
Ao lado da Igreja de São Francisco, esta rua reúne infraestrutura necessária para atender os visitantes. São restaurantes, casa de câmbio, agências de viagens e muitos hotéis que se esgotam rapidamente.
El Parnaso (espetáculo para turista)
Restaurante para turistas assistirem uma “peña folclórica”, danças com roupas típicas e música ao vivo.
Localização – Sagarnaga, 189, esquina com Calle Murilo.
Sightseeing City Tour
Se tiver pouco tempo em La Paz use o Sightseeing City Tour, são aqueles ônibus de 2 andares que percorre 28 pontos turísticos, 3 paradas: Av.Illampu (Hotel Qantu) as 14h., Plaza Murillo 14h.15, Plaza Isabel la Catolica 15h.15 e retorna a Av. Illampu.
Preço – B$15 (U$2,15), você pode subir e descer nas paradas.
Média de preços para comer em La Paz
Café da manhã (desayuno)
Baixo custo – B$16 (U$2,30)
Econômico – B$20 (U$2,87)
Conforto – B$25 (U$3,60)
Almoço
Baixo custo – B$21,50 (U$3)
Econômico – B$25,80 (U$3,70)
Conforto – B$30 (U$4,30)
Jantar
Baixo custo – B$23,80 (U$3,40)
Econômico – B$29,70 (U$4,30)
Conforto – B$36,70 (U$5,50)
Nos arredores de La Paz
Teleférico
Usado por turistas e moradores para se locomover do bairro pobre de El Alto para o centro mais desenvolvido. São várias linhas que funcional 17h. por dia, a maioria delas opera com capacidade de 3.000 passageiros/hora que se acomodam em cabines que cabem 10 pessoas.
Preço – B$3
Mirante Killi Killi
É o mais próximo de La Paz e acessível até sem carro, mas é necessário subir um lance de escadas até Villa Pavon finalizando com uma curta e inclinada ladeira. La no alto a vista é ótima, tem uma praça com bancos para descansar. Observe o mural dedicado às “caseras”, típicas vendedoras bolivianas.
Localização – Av. la Bandera
Preço – acesso gratuito.
Horário – aberto 24h.
Localização – 1km. partindo do centro histórico.
Mercado 16 de Julio
Conhecido como o maior mercado de pulgas a céu aberto do planeta, são aproximadamente 350 quarteirões de produtos, mas nem tudo autêntico. Vale o passeio, cuidado com mochila, sacola e carteira.
Vale de la Luna 
É o passeio mais próximo de La Paz, área repleta de formações rochosas esculpidas pela erosão que fazem a paisagem se parecer com a lua. Como a visita é rápida, algumas agências fazem Vale de la Luna junto com Chacaltaya com ou sem almoço.
Diário de Bordo – o Vale de la Luna não me encantou, é um antigo lago que secou e manteve suas formações argilosas, formando crateras. Não fiz junto com o Chacaltaya.
Preço Vale de la Luna – B$15 (U$2,15) + B$30 (U$4,30) pela entrada.
Preço Vale de la Luna + Chacaltaya – B$20 (U$2,90) + B$30 (U$4,30) pela entrada.
Preço City Tour + Teleférico + Vale de la Luna = B$308(U$45)
Tiawanaku ou Tihuanaco
Tiawanaku foi uma civilização pré-incaica fundado por volta de 200 a.C. e prosperou até 1000 d.C., era um povo avançado em matemática, astronomia, construção e cerâmica. O sítio arqueológico conta com um museu e o conjunto de ruínas ainda em fase de descoberta.
Como chegar por conta própria– em frente ao cemitério de La Paz partem ônibus que chegam até um povoado próximo às ruínas. A viagem dura 1h.30.
Como ir com Agência – é o mais recomendado, inclui guia, transporte e almoço com bebida paga à parte. Saída às 8h.30 e retorno à tarde.
Preço – B$82 (U$12) + mais entrada no parque de B$100 (U$15)
Preço agência com almoço – B$82 (U$32)
Diário de Bordo – fomos com a Diana Tours, passamos pelo Pueblo de Laja(1548), Quellani, puente Katari, Pircuta, chegamos às 10h. em Tihuanaco. Percorremos todo o sítio arqueológico, monólito Ponce (descoberto em 06/05/1965), Urake, Templete Semisubterrâneo (com cabeças de pedra), Templo de Kalasasaya, Porta do sol com monolitos. Almoçamos: sopa de quínua, arroz, tomate, cenoura, carne de lhama, sobremesa banana com iogurte de morango. Depois fomos ao museu Centro Espiritual y Político de la Cultura Tiwanaku B$80,00 (U$12) destaque para a Fuente de Ritual, Cruz Andina e vários monólitos. Voltamos às 16h. Aproveitamos o final da tarde para visitar o Museo de Coca.
Museo de Coca
Bastante interessante, conta a trajetória da coca desde o seu plantio, sua utilização em folhas mascadas pelo povo andino, até o refino da droga. Um museu pequeno, mas esclarecedor.
Localização – Calle Linares, 906
Preço – B$13 (U$2)
Chacaltaya – 5.480m. a.n.m.
É apenas uma das muitas montanhas que circundam La Paz, o acesso com veículo chega perto do cume, depois é necessário a caminhada a pé, mas é bom para quem já está adaptado com a altitude, no topo está a estação de esqui mais alta do mundo. Nos períodos de nevasca o acesso pode ser bloqueado pela neve. Já no verão o problema são os deslizamentos de terra, comuns nesta região dos Andes.
Preço – de B$137- (U$20)
Diário de Bordo no Chacaltaya – Fomos com a Agência Diana Tour, após 1hora e ½ em um micro ônibus percorrendo despenhadeiros, curvas sobre curvas, sem proteção alguma e sempre subindo chegamos na estação de esqui, a partir deste ponto iríamos a pé até o topo. Já na estação de esqui os sintomas da altitude eram grandes, o guia avisou ao grupo que aquele que sentisse dor de cabeça deveria voltar, não era prudente continuar. Comecei devagar, a cada 10 passos precisava parar para descansar, em alguns trechos precisei sentar em pedras para descansar, em uma dessas paradas vi uma das brasileiras, retornando. Cheguei ao primeiro lance, ali todos descansam, tomam água, tiram fotos, minha falta de ar era tão grande que pensei em parar por ali mesmo. Mas achei covardia não tentar e fui passo a passo, quando atingi o cume achei que o peito iria explodir, tamanha era a dificuldade em respirar. Fiquei sentada algum tempo, felicidade de estar ali, de ter saúde para superar dificuldades, agradecida por ter conseguido estar, sentir e ver tudo aquilo. A paisagem maravilhosa, lá embaixo lagos, alguns trechos com neve, sensação de liberdade. Obstáculo vencido! A descida foi mais rápida, mas requeria cuidado. Fazia muito frio, fomos até a estação de esqui comemorar com um chá de coca.
BOLIVIA X PERU – Na volta paramos perto do cemitério, iríamos pegar um ônibus para Copacabana, Viação Manko Kapac B$15 (U$2,15), saída às 14:00h. com chegada em Copacabana 17h. A viagem ia bem até chegarmos ao estreito de Tiquina, quando o motorista começou a gritar “Baja, baja, baja”, todos desceram. O ônibus atravessaria em uma balsa, mas teria de ir vazio, só com a bagagem, sem saber o que estava acontecendo e nem para onde ir, começamos a correr atrás do tal senhor, seguindo sempre o boné branco, que a certa altura desapareceu, havia um guichê aonde presumimos que deveríamos comprar bilhetes para a travessia em barco separado do ônibus (B$1,50 p/ pessoa). O barco era pequeno, começou a entrar gente, uma senhora começou a reclamar muito dizendo que havia super lotação, mas o marinheiro não dava atenção e colocava mais gente, com sacos, sacolas, malas. Finalmente o barco saiu não havia coletes salva vidas, nunca achei um Estreito tão largo, a margem não chegava nunca, fiquei imaginando como seria um naufrágio ali com a água do Titicaca a 10ºC. Quando chegamos do outro lado o ônibus havia sumido entre muitos outros, ficamos preocupadas com nossas mochilas e quando localizamos ele já estava se preparando para ir embora com portas fechadas, corremos atrás gritando para o motorista parar. A paisagem a partir dali é muito bonita, com o lago aparecendo a cada instante, sempre de ângulos diferentes.