ORURO

Capital Boliviana do Folclore

Distância – Uyuni x Oruro = 313km. / La Paz x Oruro = 231km.
Altitude – 3.735m. a.n.m.
População – 235.600 habitantes (2011).
Moeda – Boliviano (BOB). U$1,00 = B$6,83 (cotação agosto/2020).
Fundação da cidade – 1 de novembro de 1606.
Oruro é a Capital Boliviana do Folclore e tem como festa mais famosa o carnaval. Oruro é a única cidade da Bolívia e talvez de toda a América Latina onde o carnaval inclui no programa uma dança em honra à Nossa Senhora.

Como chegar de La Paz a Oruro – Trem: Wara Wara ou Expreso del Sur. Ônibus: com valor aproximado de B$62 (U$9)

Como chegar de Uyuni a Oruro – Trem Wara Wara del Sur somente às quartas e domingos e o Expreso del Sul às terças e sextas feiras. Compre com antecedência pelo site ticketsbolivia.com.bo. São 2 tipos de vagões Executive e Lounge nestes as poltronas inclinam mais um pouco. Dependendo do tipo de poltrona pode custar a partir de B$59,63 (U$8,55). Vagão restaurante disponível.

Veja meu Diário de Bordo no final do post.

Como sair de Oruro para La Paz – Trem Wara Wara, em semi leitos numerados e poltronas que tem inclinação razoável para descansar, um pouco mais caro são os leitos executivos, ambos com serviço de bordo.
Ônibus são vários, mas tudo sem horário fixo e nem sempre os atendentes vão estar nos guichês, eles costumam vender os bilhetes na rua aos gritos. O preço deve estar em torno de B$20 (U$3). A viagem leva de 4 a 5 horas, o que demora é o trajeto da entrada de La Paz até o Terminal de Ônibus, o trânsito é caótico.
Dica – em Oruro os bolivianos tomam o ônibus fora do terminal para não pagar a taxa de embarque que é de B$2 (U$0,29), aconselho pagar a pequena taxa e já sair acomodado do terminal. Vai haver um certo desconforto pelo aumento da altitude.

O povo não gosta de ser fotografado em seu dia/dia, por esse motivo fiz poucas fotos de Oruro

 O que fazer em ORURO
Santuário de La Virgen de Socavón (Virgem Candelária)

A primeira capela deu origem ao santuário e a igreja atual é de 1781, recebeu o nome de igreja de Nossa Senhora de Copacabana. Como os fiéis veneravam a virgem da Candelária, patrona dos mineiros, conhecida como a Virgem de Socavón ela tornou-se a patrona da igreja. Veja a imagem de São Miguel Arcanjo de 1606, o quadro da Virgen de Socavón (Virgem da Candelária), data do século XVI. A igreja acomoda até 1.200 devotos, no dia 12 de fevereiro os devotos realizam em honra a Virgen del Socavón o folclórico carnaval junto com o Dia do Folclore.

Museo Minero

101-002No subsolo da igreja há uma antiga mina de prata e  vestígios da época colonial com roupas dos mineiros, máquinas, carrinhos, balanças, documentos em balcão com vidros,  artefatos usados na extração de prata.  Os índios foram catequizados com a imagem de Deus no alto e do Diabo na terra, para trabalhar em um local tão perigoso, eles tinham que pedir licença para trabalhar no subsolo e faziam oferendas ao demônio.
No interior das minas bolivianas é comum encontrar uma imagem que muitas vezes é chamada de “Tio” com oferendas de cigarro, bebida, dinheiro e folhas de coca.
A visita tem entrada controlada e é feita com guia em espanhol, o acesso ao subsolo é por uma escada estreita e longa, no final da escada o túnel fica mais largo, frio e úmido.
Ingresso – B$20 (U$3), para tirar foto é cobrada uma taxa à parte.
Paguei B$8(U$1,15) para entrar e B$3(U$0,43)para foto

Monumento a La Virgen del Socavón)

A Virgen del Socavón é uma invocação da Virgem Maria que é venerada na cidade de Oruro onde foi inaugurada uma estátua em 2013 com 45,4m. de altura, pesa 1.500 toneladas, está a 3.845m. a.n.m. A imagem é mais alta que o Cristo Redentor (38m.), no Rio de Janeiro.
A estátua original é venerada no Santuário de Nossa Senhora de Socavon, em Oruro. A inauguração da estátua coincidiu com o início do famoso Carnaval de Oruro.
Como chegar até a estátua – teleférico, estrada Camino a la Virgen.
Atrativos – dentro da estátua há uma capela para 80 pessoas, um complexo cultural de 4 andares com exposições sobre: a criação da cidade, as capelas construídas e o carnaval. Faz frio lá no alto, aproveite a cafeteria.

Plaza 10 de Febrero

A praça existe desde a fundação da cidade em 1606, primeiro como Plaza Mayor, depois Plaza del Rey e com influência espanhola permaneceu assim até 1900, chegaram os franceses e alteram a arquitetura, foram incluídos bebedouros, quiosques, fonte com animais de bronze, quatro leões, dois cães, um javali e um lobo.
Excelente local para sentar-se em um de seus bancos e observar a população local, só evite ficar sob as árvores, há muitas pombas nas árvores.
Foto: Niños de Versailles

 Onde comer
Não fiz uso de restaurante, preferi um lanche rápido para aproveitar melhor o dia na cidade, passei por uma “tienda” de salteñas, pedi uma de frango B$9 (U$1,30) e uma de carne B$10 (U$1,50), foram as melhores salteñas que comi em toda a viagem.

Carnaval de Oruro – se quiser aproveitar o melhor de Oruro

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Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco

O maior carnaval do altiplano boliviano um dos mais importantes do mundo é celebrado na cidade de Oruro no sábado de carnaval. Participam mais de 48 conjuntos folclóricos, cerca de 28.000 dançarinos com fantasias de acordo com as 18 especialidades de danças que reúnem as diversas partes da Bolívia, o trajeto é uma peregrinação com cerca de 5km. até o Santuário de Socavón, na tradicional “Entrada”, é uma manifestação cultural já que tem o lado religioso e pagão, marca o festival Ito, dos Urus. A cerimônia segue os costumes andinos tradicionais, baseados na invocação de Pacha Mama e do Tio Supay, sincretizados, respectivamente, nas figuras da Virgem Maria e o Demônio.
A cerimônia Ito nativa, foi interrompida em meados do século XVII, pelos  espanhóis (então comandantes das  terras do Alto Peru), o que não impediu os Urus de continuar praticando o seu festival, mascarado sob a forma de comemoração cristã, segundo a lenda a Virgem Maria misteriosamente apareceu em uma das minas de prata mais ricas em ouro e é por isso que se chama carnaval de Oruro.

FOTOS DO CARNAVAL – https://boliviaesturismo.com/pt/carnaval-de-oruro-bolivia/

UYUNI X ORURO
Diário de Bordo – em Uyuni comprei uma passagem de trem para Oruro. Havia 3 categorias, escolhi a intermediária. Olhei no relógio eram 10h. e o trem só sairia as 0:05h. Resolvi que ficaria na praça até à noite, mas aos poucos comecei a ficar impaciente, não queria pagar mais uma diária, mas na praça também não era possível, precisava de um banho e começava a esfriar. Procurei um hotel simples: Hotel Palace, Residencial Copacabana, Residencial San Cayetano, atendimento foi péssimo. Optei pelo Hotel Cactu B$70 (U$10), para ficar até à noite. A dona foi muito simpática, o chuveiro era bom, mas o quarto cheirava a mofo, colchão ruim (fui até espetada por uma agulha), temperatura no quarto 10ºC. Saí para almoçar, mas como já havia passado da hora os restaurantes estavam fechados, encontrei um quiosque na praça. O dono entregou o cardápio de lanches, pedi um sanduíche de queijo, depois de muito vasculhar na geladeira disse que não tinha. Escolhi um de frango, tornou a olhar na geladeira, também não tinha. Troquei por um de jamon (presunto), ele abriu um sorriso desdentado e disse que tinha, mas eu teria de esperar até que sua a filha fosse comprar o pão. Aguardei quase meia hora, chegou o sanduíche: pão, uma fatia finíssima de presunto e uma fatia de tomate e uma coca cola.
Ao sair do hotel às 11h.20 estava preocupada, não havia ninguém nas ruas, mas para minha surpresa a Estação de Trens estava lotada de mochileiros. A viagem durou a noite toda, é possível dormir um pouco. Como sabia que pela manhã seria vendido um café, imaginei que haveria um vagão restaurante, transitei por vários vagões e nada, quando tentei passar para o vagão executivo a porta estava trancada. Voltei para meu lugar, resolvi ir até o banheiro. Péssimas condições, impossível descrever! Voltei para minha poltrona, para minha surpresa aparece um rapaz, com uma imensa garrafa térmica vendendo uma caneca de café e um sanduíche de pão com presunto. Beleza!

Chegando a ORURO – quinta feira

O trem começa a serpentear por vários pueblos, a paisagem mudou completamente, muito verde, plantações, lagos cheios de pássaros que fazem revoada ao amanhecer, mas para apreciar tudo isso só estando sentado ao lado esquerdo do trem.

Cheguei em Oruro às 8h,

A princípio pretendia dormir em Oruro, mas como era pouca coisa para ver pensei melhor e achei que seria possível seguir no mesmo dia para La Paz, com ônibus a cada meia hora. Fui ao guarda volumes, deixei minha mochila, me informei como chegar ao Santuário da Virgen de Socavón. Como as informações estavam muito confusas sobre qual ônibus local deveria tomar, resolvi ir andando guiada pelo mapa. Segui pela Avenida 6 de Agosto até a Calle Junin, dobrei à direita, neste ponto há um interessante mercado de rua, com verduras, frutas, grãos e muito material esotérico. Passei um tempo observando as bancas, me abstive de tirar fotos para não criar problemas, já sabia que o pessoal não gostava. O Santuário se localiza no alto da cidade, subi devagar e parando bastante, ainda sentia muita falta de ar. Ao chegar ao local precisei sentar, não aguentava nem falar, depois de algum tempo fui até a secretaria do Santuário para a visita ao subsolo onde está a mina. Tomei um lanche e na sequência com o teleférico subi até a imagem da Virgen de Socavón e assim terminei o roteiro de visitas.
Voltei para a rodoviária, vários guichês ofereciam passagem para La Paz, optei pela Viação Trans Aroma B$28 (U$4), o agente me garantiu que o ônibus era direto. Para ter acesso a zona de embarque é necessário pagar uma taxa de embarque no valor de B$2 (U$0,29), quando desci para a área de embarque percebi que nem era necessário ir até o guichê, vários agentes das empresas, corriam atrás dos viajantes, talvez fosse possível até conseguir um desconto. Tomei assento no ônibus, um Mercedes Benz, brasileiro, confortável, inclusive internamente todos os avisos escritos em português. O ônibus não era direto!

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