CHILE – Trekking Circuito “O”
(com Puerto Natales + Cueva Milodón)

Sonho ou pesadelo? Saiba escolher o guia.
Valor pago pelo pacote em janeiro/2014 – U$2.500,00 x 2,47 = R$6.175,00
Incluso
Pernoite no Hostel Los Dos Pinos – El Calafate;
Café da manhã na Panaderia S. Luis (incluso, mas tivemos de pagar);
Ônibus El Calafate (Argentina) x Puerto Natales (Chile);
Pernoite (2) no Hostal Kawaskar com café da manhã;
Ônibus Puerto Natales x Laguna Amarga;
Camping Serón: pernoite em barraca, jantar (fraco) e café da manhã (insuficiente);
Refúgio Dickson: pernoite em quarto, jantar e café da manhã (ambos suficientes);
Camping Los Perros: pernoite em barraca, jantar (fraco) e café da manhã (insuficiente);
Refúgio Grey: pernoite em quarto, jantar (insuficiente), café da manhã (suficiente).
Não incluso
Voo São Paulo x El Calafate x São Paulo;
Transporte do Aeroporto El Calafate x Hostel Los dos Pinos;
Ônibus El Calafate x Puerto Natales;
Taxa rodoviária de embarque El Calafate x Puerto Natales;
Jantar em Puerto Natales no dia da chegada;
Não foi pactuado que deveríamos levar víveres em nossas mochilas, isto acarretou um peso extra.
O Parque Nacional Torres Del Paine está localizado na Patagônia chilena, foi criado em 1959 e declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1978, sua área é de 181.000ha.
Importante lembrar que a quilometragem pode sofrer alteração entre os sites de informação, assim como as horas de caminhada.
Circuito ”W” – caminhada moderada de 4 dias, tem início pelo Vale de Ascencio e termina no Lago Grey, passando pelo mirante das Torres del Paine, Lago Nordenskjold, Los Cuernos del Paine, Vale do Francês, Paine Grande e Lago Grey.
Circuito “O” (ou Circuito 360º.)- caminhada difícil de 165km. que pode levar de 7 a 10 dias, durante o percurso: florestas do lado norte do parque, refúgios Dickson, Los Perros, Paso Gardner, Lago e Glaciar Grey, Paine Grande, Los Cuernos Del Paine e Lago Nordenskjold. Tradicionalmente a saída e chegada é na portaria Laguna Amarga. Altitude máxima 200m. em Paine Grande e 1.400m. no Paso John Gardner.
Quando programei o trekking para Torres del Paine inclui uma visita a Puerto Madryn (vide América do Sul#Argentina#Puerto Madryn), portanto nesta postagem vamos partir de Puerto Madryn para El Calafate e depois Puerto Natales no Chile.
álbum de fotos no final do relato.
Cheguei a El Calafate e fui direto para o Hostel Los Dos Pinos, já pude deixar a mochila no quarto e saí para comer uma pizza.
LA LECHUZA PIZZAS
Avenida del Libertador, 1301 – El Calafate
Pizza calabresa pq. P$75,00
Coca P$20,00 + Serviço de mesa P$12,00 = P$107,00
Depois da pizza fui a Sorveteria Las Ovejitas.
SORVETERIA LAS OVEJITAS – sorvete de banana split
Voltei ao hostel e encontrei o nosso Guia 1, foi conferir meu equipamento, me sugeriu comprar um casaco de pluma de ganso, 2 fleeces, 1 luva, 1 par de polainas, tudo isso poderia ser adquirido por um bom preço na loja de um amigo seu. Achei um exagero (e era!). O equipamento que levei já tinha sido utilizado no Campo de Base do Everest e foi bastante suficiente. Abortei a visita na loja do amigo do Guia 1.
PIETRO’S CAFÉ
Avenida Del Libertador, 1002
Chocolate quente P$29,00 + 1 salgado P$10,00 = P$39,00
O pessoal do grupo de trekking já estava no hostal, arrumei a mochila, pesei e verifiquei que estava com 6kg., fui jantar.
RESTAURANTE
Caldo de lentilha + sobremesa = P$ 80,00
Refrigerante P$15,00 + Água pq. P$15,00
15 de Janeiro de 2014 – (quarta)
Acordamos as 6h. O café da manhã que estava incluído no pacote teve de ser pago.
PANADERIA D. LUIZ
Avenida 9 de Julio, 265.
Café da manhã = PS63,00
Depois do apressado café da manhã, fomos para o terminal rodoviário tomar o ônibus para Puerto Natales (Chile), a passagem estava incluída no pacote, mas a taxa de embarque não .
TAXA DE EMBARQUE – El Calafate x Puerto Natales
Terminal de ônibus = P$5,00
A viagem durou aproximadamente 5h., a aduana da Argentina é rápida, mas a passagem pela aduana do Chile é muito demorada, algumas vezes eles fazem todos descer do ônibus e vistoriam todas as mochilas para ver se não estão entrando com produtos in natura ou embutidos.
PUERTO NATALES – CHILE
Chegamos a pequena Puerto Natales, praticamente uma cidade dormitório de mochileiros e escaladores. O Hostel Kawaskar do Omar é muito simples, mas confortável, bons colchões, ducha excelente, fornece toalha, os quartos são mistos, eventualmente indo em grupo ele pode tentar acomodar de forma separada homens e mulheres.Fornecem informações sobre passeios e alugam material. Por indicação dos guias fomos almoçar no Restaurante.
LA PICADA DE CARLITOS
Blanco Encalada, 400/498.
Lomo a Lo Pobre (bife de chorizo, batatas fritas, 2 ovos fritos) + suco = CS9.800,00.

Considerações – Atendimento muito bom, o prato vem farto. Local excelente, acolhedor. Restaurante de referência entre os moradores de Puerto Natales e turistas. Além do tradicional cordeiro patagônico um dos pratos pedidos pelo pessoal do trekking é o Lomo a lo pobre, o serviço não está incluído e como os garçons são muito gentis não dá para deixar de colaborar. Estando no Chile e principalmente em Puerto Natales dê preferência para carnes.
Supermercado UNIMARC.
Av. Talca, 101 – centro.
Água sem gás, CS439,00 + Almendras con Miel P$1.265,00
1/2 pct. Nescafé Vienés C$1.249,50 = C$2.953,50
Quando voltamos o Guia 1 avisou que tinha esquecido de informar que precisaríamos de 1 prato, 1 caneca e talheres para nos alimentarmos no Refúgio El Perro. O comércio já estava fechado, voltamos na Picada de Carlitos e consegui 4 pratos descartáveis, depois em um super mercado conseguimos talheres descartáveis e copos de isopor.
Mercadinho – Puerto Natales
Talheres e copos = C$35,00 por pessoa.Voltamos rapidamente porque o Guia 1 havia marcado uma reunião, que não aconteceu porque ele havia saído, diante disso também saímos para um café.
COLOR CAFÉ – Puerto Natales
Blanco Encalada, 460
Café expresso – 900,00.
Lugar bastante acolhedor, opções variadas de cafés e chás, possuem wi-fi. As tortas doces são uma delícia e a de chocolate especialmente saborosa e macia. Música ambiente de bom gosto e no volume ideal. Ficamos por ali durante 1h.30.
Voltamos e começamos a nos preparar para dormir. O Guia 1 apareceu e entregou 2 pães e 2 envelopes, 1 de café solúvel e 1 de sopa para serem consumido em Los Perros (após 2 dias de caminhada). Cada um teria de levar parte do café da manhã deste dia e aos homens coube uma cota de peso maior. Novamente algo que não fazia parte do combinado, o lógico seria um porteador para levar os gêneros alimentícios.
PARQUE NACIONAL TORRES DEL PAINE
Como chegar – a cidade base é Puerto Natales (Chihle), o aeroporto mais próximo está em Punta Arenas, distante 226km, nosso grupo preferiu se reunir em El Calafate na Argentina e seguir de ônibus. Os horários de ida são 7h.30 e 14h.30 e para voltar 13h. e 18h. Os bilhetes podem ser comprados na Cia. escolhida ou no hostel. Dentro do parque tem ônibus que vai da portaria Laguna Amarga para Refugio Las Torres por CS3.000 e fazer o trajeto entre a Guarderia Pudeto e Refúgio Paine Grande em Cartamarã por CS12.000.
Onde ficar – Puerto Natales é uma cidade dormitório, faça reserva com antecedência, na alta temporada os hotéis e hostels ficam lotados. Dentro dos parques existem acampamentos gratuitos, mas verifique antes se eles estão abertos.
Clima – imprevisível, possui micro climas influenciados pelas montanhas e glaciares. A melhor época é entre setembro e março, sendo de setembro a novembro o mais tranqüilo. As temperaturas variam entre 23ºC e 0,8ºC, no verão os dias chegam a ter 18 horas de luz.
Dicas –
Caso não vá fazer o circuito por conta própria, faça uma boa pesquisa sobre seu guia, procure informações de pessoas que estiveram em sua equipe, não se contente em olhar apenas o seu site. O circuito “W” dá para fazer por conta própria, mas o “O” é bem aconselhável um guia;
Reserve hospedagem com antecedência e veja se eles guardam parte do seu equipamento que não irá ao trekking. Tente www.hostelworld.com;
Use calçado impermeável;
Nas áreas onde houver neve, tenha atenção nas bordas finas, elas podem se quebrar e o pé afundar;
Leve stick com “bolachas”;
Em caso de mau tempo evite cruzar Paso John Gardner, espere no acampamento Los Perros até o tempo melhorar;
Tente contratar um transporte do hostel até a portaria do parque;
Traga seu lixo de volta, inclusive casca de frutas e papel higiênico;
Mantenha as fontes de águas limpas, não urine a menos de 30m. delas e não lave panelas;
Não crie novos atalhos;
1º. dia – (16 quinta)
Laguna Amarga x Acampamento Seron / 16,8km. = 5h.30 de caminhada
(saída 11h./chegada16h.30)
Acordamos as 06h. , tomamos café da manhã no Hostel Kawaskar preparado pelo Omar, como a cozinha não é muito grande, foi servido em duas etapas: café solúvel, leite, chá, cereal, pão integral, manteiga, queijo e geleia.
Subimos até o terminal de ônibus para ir a Laguna Amarga, a viagem dura cerca de 1h.30.
O ingresso ao parque custou C$18.000,00, já incluído no pacote. Entramos em uma sala para um rápido vídeo e explanação do Guarda Parque informando quais os cuidados que se deve tomar para preservação do parque, fauna e flora. Isto feito saímos até o gramado para o ajuste das mochilas, bastões de caminhada e abastecimento de água.
Trajeto sem grandes dificuldades, com poucas subidas, após 1,3km. surge uma placa indicando Lago Dickson. Passamos pelo Valle Encantado e já começando a margear o rio Paine que passa a acompanhar todo o trajeto, ele não é cruzado em nenhum momento. Começa o Campo das Margaridas que nos acompanha durante todo o trajeto até o Acampamento Seron. Nos últimos 4km. aparecem vários cursos de água que tivemos que atravessar sobre pedras dentro d’água, muitos trechos alagadiços. Foi um dia de céu limpo, mas com calor e muito sol todo o trajeto.
No camping as barracas já estavam montadas, uma para cada 2 pessoas. A maioria se acomodou nas barracas e depois foram tomar cerveja, separei minha roupa e fui para a fila do banho, um chuveiro apenas para todas as pessoas que estão acampadas, a ducha não é boa e se alguém dá descarga no sanitário ou abre a torneira da pia, a água fica extremamente fria.
ACAMPAMENTO SERON
1 coca = C$1.800,00 – jantar incluso no pacote
As 20h. fomos jantar, a mesa acomoda apenas 12 pessoas e como estávamos em 14 mais 2 guias, tivemos que nos dividir em duas turmas. O jantar foi muito fraco para o tipo de exercício que estávamos fazendo: salada de milho com alguns legumes e depois uma sopa de feijão com um pedaço de pão caseiro.
A sobremesa era uma gelatina suave com frutas em calda, coberta com uma mousse e polvilhada com café.Água em jarras, vinda direto do glaciar. A maioria achou que ainda viria o prato principal depois da sopa, mas ficou apenas nisso. O frio começou a apertar e às 10h.25 fomos para as barracas, neste momento achei que o meu saco de dormir seria insuficiente, tal o frio que fazia, mas dormi bem agasalhada e não passei frio, apenas o desconforto de dormir com um isolante e o saco.
2º. dia – (17 sexta)
Acampamento Seron x Refúgio Dickson = 20km. / 8h. caminhada (previsto)
Levantamos cedo, mas o café da manhã só foi servido às 10h.,: água quente para o café solúvel, leite frio, chocolate em pó, chá, manteiga, geleia e o pão que não foi suficiente para todos. Só conseguimos sair às 11h. depois que as duas turmas tomaram o desjejum, bastante tarde para percorrer mais um dia longo de caminhada.

Inicio tranquilo, após 40’ de caminhada começa a subida que leva 3 horas para ser vencida, percorridos 4,5km. até Paso Del Viento, trecho extremamente íngreme, após vencer esta etapa a trilha continuou com subidas e descidas leves passando ao lado do Lago Paine. O segundo dia é um dos mais longos, bom abastecimento de água.
Faltando 1h.30’ para chegar ao albergue começa a região de bosque com pântano, é necessário passar por passarelas rústicas feitas com troncos e tábuas, convém instalar bolacha no stick para não afundar, a bota impermeável é necessária.
A chegada tem um visual deslumbrante do Lago e Glaciar Dickson. Como nosso Guia1, tinha excessiva pressa em chegar, mal visualizávamos toda aquela beleza e as fotos foram feitas a esmo.
Começa uma descida extremamente íngreme para chegar ao Refúgio Dickson, todo o cuidado é pouco, existem pedras soltas que escorregam.
Excelente refúgio ficamos em 7 mulheres em um quarto no andar superior e no andar inferior ficavam os sanitários e chuveiros. Sala de refeições bem agradável.
Antes do jantar sai para ver o rio que passa ao lado do Refúgio, muitos jovens acampando neste local, encontramos as argentinas que nos acompanharam durante parte do trajeto.
Jantar incluído no pacote = salada de cenoura ralada, palmito, tomate e vagem. Caldo, arroz e bife. Paguei uma cerveja para o guia 2 = C$5.000,00 (não obrigatório, mas sugerido por ele).
3º. dia – (18 sábado)
Refúgio Dickson x Los Perros = 11km. / 12,5km. – 6h.30
Café da manhã: leite, sucrilhos, café solúvel, chá, torrada, manteiga, geleia, iogurte e ovos.
Logo a princípio uma subida de mais ou menos 1h. em direção ao Paso John Gardner, depois começa a floresta de lengas com algumas mini orquídeas espalhadas pelo tramo.
Apresentam-se algumas subidas leves, travessia de várias pontes sobre cursos de água de degelo dos glaciares. Para chegar ao Glaciar los Perros há uma subida de mais ou menos 1h. de caminhada entre pedras, após este trecho difícil vem a vista do Glaciar.
Muito vento, descidas curtas, mas com muitas pedras grandes, intercalando subidas íngremes. 

Saindo do da vista do Glaciar, com mais 30’ de caminhada chegamos ao Acampamento Los Perros, o local mais sem estrutura de todo o trajeto. As barracas já estavam montadas, são alugadas mediante reserva dos guias. Banho frio (inviável devido ao frio que fazia), ao relento uma pia que serve para lavar rosto, escovar dentes e lavar louça, 2 sanitários, uma tenda que tinha apenas M&M e bolacha de chocolate.
O guia 1 acendeu o fogareiro e começou a esquentar água para fazer um purê de batata desidratado, enquanto o Guia 2 em outro fogareiro fazia um molho de tomate com linguiça calabresa e alcaparras. Uma vasilha com água quente foi oferecida para que cada um preparasse o pacote de sopa que havíamos recebido em Puerto Natales. 
Depois do “jantar” tomamos capuccino que havíamos comprado também em Puerto Natales e comemos o pão que estava na mochila há 2 dias. Fomos dormir na barraca, noite bastante desconfortável.
.4º. dia – (19 domingo).
Los Perros x Refúgio Grey = 18km. – 06h.30/ – 15h. de caminhada
Café da manhã muito deficiente pelo esforço físico que teríamos neste dia, a altitude chega a 1.241m.
Dia extremamente difícil, já estava com dores no músculo quadríceps de ambas as pernas e neste dia piorou muito devido ter sido colocada logo atrás do Guia 1 eu e uma companheira tivemos de acompanhar um ritmo que não era nosso.
O almoço foi um lanche apenas com o que tínhamos na mochila, a água proveniente do degelo é abundante durante todo o trajeto.

Muito difícil também a travessia nas escadas de metal, sem nenhuma segurança, ficam suspensas em um desfiladeiro, são 3 lances: uma descida e logo adiante nova descida e uma subida. Para este trecho existe a possibilidade de dividir em dois dias, já que o acampamento Paso está a 8,4km. e a outra opção é enfrentar 14,8km. para chegar ao Refúgio Grey, apesar de estarmos exauridos esta foi a decisão do Guia 1.
As 12h.30 estávamos atravessando nesgas de gelo, até chegar a 1.200m. de altitude e entrar na Cela do Paso John Garner. Nevou, choveu granizo e fez muito vento durante todo o trajeto. Também foi difícil atravessar trechos com neve fofa e alguns buracos que tínhamos de evitar para não afundar.
A partir desse trecho comecei a sentir muitas dores na coxa e acabei ficando para trás junto com outra colega de caminhada que estava com bolhas nos pés, não estávamos acompanhando o grupo e nem por um momento o Guia 1 se preocupou com isso, tivemos o apoio de uma amiga de caminhada. Demoramos muito para chegar ao Refúgio Grey, o Guia1 já havia chegado tomado banho e aguardava o jantar. Jantar: caldo de caneca, bolo de carne moída, purê de abóbora, suco artificial e cockies de sobremesa.
O jantar não foi suficiente para todos, faltou comida e improvisaram uma omelete, isto não era o ideal para um dia de intenso trekking. O jantar deixou a desejar já o café da manhã foi muito bom. Atendimento totalmente impessoal, funcionários desatentos. Os banheiros são bons com água quente, quartos providos de beliches, não fornecem roupa de cama.
5º. dia 2014 – (20 segunda)
Refúgio Grey x Paine Grande = 18km. – 11h./16h.00 = 5h.00 de caminhada

Café da manhã com leite, café, chá, sucrilhos, iogurte, torrada, geleia e manteiga. Caminhada prevista para ser feita em 3h., mas nosso bloco fez em 5h. O Guia 1 se antecipou e saiu com alguns participantes que escolheram uma caminhada mais rápida, deixando a maioria com o Guia 2.
Saímos já eram 11h. da manhã, muito tarde, como a trilha era bem marcada, o grupo ficou disperso, acabamos indo mais devagar.
Neste dia estava com muita dor e a cada obstáculo que precisava subir ou descer sentia fortes dores na coxa, foi penoso chegar ao lodge, por sorte tivemos apoio do grupo, os Guias 1 e 2, sequer se preocuparam. Este deveria ser o dia mais tranqüilo, para usufruir, mas para alguns foi penoso devido a dores musculares sob esforço físico incompatível com nossa proposta que era “caminhar usufruindo a paisagem”. Chegamos a Paine Grande, o melhor local de hospedagem dos circuitos “W” e “O”.
Os quartos compartilhados não fornecem roupas de cama, os colchões são confortáveis, banheiros limpos com água quente, mas não é um local apenas para montanhistas e trekking, há um cais com atracamento de catamarã que trás hóspedes para passar finais de semana ou fazer pequenas trilhas. A forma mais fácil de chegar é tomar um ônibus em Puerto Natales e descer no embarcadouro Pudeto, ali o catamarã Hielos Patagônicos leva o hóspede até o setor Pehoé, a travessia leva 30’ e custa 12.000,00 pesos chilenos.

Depois do banho fomos jantar em sistema bandejão, comida farta e boa: salada, patê de atum, sopa de caneca, macarrão a bolonhesa, suco e torta de maçã.
Novamente paguei uma cerveja para o guia.
Guia 2 = C$5.000,00
Coca e batatinha = C$1.800,00 + C$1.000,00 + –
Durante o jantar decidi que no dia seguinte não mais continuaria a caminhada, conversei com outra participante que tinha tomado a mesma decisão. Comuniquei ao Guia 2 que era o responsável pelo meu “pacote” e pedi para ele informar ao Guia 1 nossa decisão. Na ocasião também pedi a ele que entrasse em contato com o Omar em Puerto Natales e confirmasse reserva no Hostal. Fomos para o quarto e comunicamos a decisão aos demais. Voltei ao saguão e o Guia 2 disse que o hostal já estava reservado por telefone.
Leia no final o e-mail que enviei para o Guia 2.
21 de Janeiro de 2014 – (terça)
Paine Grande – Puerto Natales
No dia seguinte tomamos o café com o grupo em seguida eles partiram para a trilha e ficamos esperando o primeiro catamarã às 10h. para sair de Paine Grande. Deixei ali meu sonho de chegar até a base das Torres del Paine, quem sabe um dia voltarei para fazer esse resgate.
CATAMARÃ – HIELOS PATAGONICOS.
Paine Grande x Pudeto = C$12.000,00
A navegação dura 2h. até o Puerto de Pudeto e chegando lá a informação do Guia 2 não estava correta, precisamos esperar até as 14h. na cafeteria, se fossemos bem informadas poderíamos ter ficado em Paine Grandes até as 12h.30 que daria tempo para tomar o ônibus das 14h.
CAFETERIA NO PUDETO
Chocolate quente = C$1.500,00
Dormi durante quase toda a viagem que durou 5h., Descemos em Puerto Natales e fomos ao hostel Kawaskar, lá ficamos sabendo que o Guia 1 sequer havia telefonado para reservar hospedagem, por sorte havia vaga. Sai para comprar material de curativo para as bolhas do pé da minha amiga que estava infeccionado, levei 1h.30’ para drenar todas elas e fazer curativo, depois saí para comprar um par de crock, os pés dela estavam bastante inchados.
Aproveitei para passar em um mercado.
CORRETAJE GRANADO – mini mercado
Ohiggins, 599 – Puerto Natales
Água com gás C$640,00 + Bolacha recheada C$590 = C$1.230,00.
Saímos para jantar
LA PICADA DE CARLITOS
Esmeralda, 581 ou (M. Bulnes, 280) – Puerto Natales
Carne a milanesa, molho de tomate com arroz (batata) + refrigerante = C$8.100,00
Depois do jantar voltamos para o hostel, deixamos nossas mochilas prontas para voltar para El Calafate no dia seguinte, fazendo antes um passeio pela Cueva de Milodón.
22 de Janeiro de 2014 – (quarta)
Cedo descemos nossas mochilas na recepção, tomamos café e fomos até o terminal de ônibus comprar bilhetes para El Calafate, preferencialmente à tarde para podermos antes ver a Caverna. Todas as empresas estavam com bilhetes esgotados, só conseguimos para o dia seguinte(23), às 18h.
COOTRA – Transporte de Pasajero
Ônibus Puerto Natales x El Calafate = C$14.000
Voltamos para o Hostel e pedimos para o Omar nos acolher mais uma noite, por sorte havia vaga.
Tomamos um táxi para ir até a caverna.
Táxi C$15.000,00 c/ 1h. de espera.
CUEVA DE MILODÓN
Taxa de ingresso = C$4.000,00
A caverna está a 26km. de Puerto Natales, sendo que os últimos 8km. são de terra, mas a estrada é bem conservada. Dentro do Parque o foco principal é o Milodón, a caverna é imensa, foi cavada durante muito tempo pela batida da água do mar nas rochas, há uma réplica do Milodón e a caverna pode ser visitada internamente, está inserida dentro de um complexo natural que alberga antigo bosque de lengas, arbusto calafate, pastagens, além de flores como o chilco, capachito e orquídea araucana além de vários pássaros. Para quem vai com pouco tempo 1 hora é suficiente para visitar a Cueva, mas para quem tem disponibilidade há trilhas, como Sendero Mirador (45’) e Sendero Cuevas y Aleros (4h.).
Voltamos para o hostal, refiz os curativos nos pés de minha amiga que já estava bem melhor. Saímos e fomos comer uma pizza.
PIZZARIA MASAY – Puerto Natales
Calle Manuel Bulnes, 427.
Pizza individual de atum + coca = C$5.750,00
Lugar indicado para lanches, são imensos, bem recheados e com composições interessantes como o “a lo pobre” que leva abacate. As pizzas também são muito boas. Servem também algo mais leve como um bom sanduíche vegetariano, café com leite, chocolate quente. O cardápio não é muito extenso, mas suficiente e o preço atende bem o custo/benefício. Serviço simpático preparo rápido e banheiros limpos. Saindo da pizzaria começou a chuviscar e voltamos direto para o hostel. Tentamos fazer uma reserva no Los dos Pinos via internet, não conseguimos e resolvemos ir “no risco” mesmo.
23 de Janeiro de 2014 – (quinta)
Dia sem nada de especial para fazer, teríamos de esperar até 18h., horário de saída do ônibus, chuviscava estava difícil de caminhar, tomamos café da manhã, ficamos um bom tempo no hostel. O tempo melhorou e fomos caminhar pela Avenida Costanera Pedro Montt que margeia o canal Última Esperanza, está muito bem estruturada com playground, pista para bicicletas, local de acesso para cadeirantes, bancos, tudo muito bem cuidado, mas ventava muito. Tomamos o rumo do centro da cidade, entramos na igreja.
PAROQUIA MARIA AUXILIADORA
Plaza Don Bosco – Puerto Natales
Inaugurada em 1930, em estilo neoclássico inglês é um dos edifícios mais altos de Puerto Natales. No altar principal está uma tela retratando a Virgem Maria Auxiliadora protetora das missões Patagônicas, obra do artista italiano Mario Bogan. Outra peça interessante é o relógio eletromecânico da década de 40, trazido da Alemanha e que fica na torre do templo. Visitas: terça-feira a sábado das 10h. às 12h. e das 15h. às 19h.30.
Passamos para o outro lado da rua e fomos tomar um café.
CAFETERIA MELISSA
Blanco Encalada, 258 – Puerto Natales
Capuccino + torta de abacaxi = C$7.400

Saindo da Melissa fui comprar uns recuerdos, mas antes perguntei para a garçonete onde seria o melhor local, ela me informou que Puerto Natales tem uma cooperativa artesanal, fomos para lá.
COOPERATIVA – FEIRA DE ARTESANATO
Ao lado do Museu Histórico (Bulnes, 285)
Fica localizada próxima ao supermercado Unimarc. Esta feira é feita em uma galeria, onde há algumas lojinhas vendendo alguns itens artesanais. Você poderá encontrar toucas, mantas, miniaturas (ovelhas, milodón e pinguins), jóias, além de variados tipos de lembrancinhas. Vimos alguns artesões trabalhando, mas parte das lojas vendia aquelas lembrancinhas industrializada.
Sem ter mais nada para fazer voltamos para o albergue esperar a hora passar e depois subirmos para o terminal de ônibus.
Como só tínhamos almoçado a pizza tomamos um lanche na cafeteria do terminal de ônibus. Um local limpo, não são muitas opções, mas o serviço é rápido e atencioso.

TIO PEPE CAFÉ
Av. España, 1455 – fone 56(61)2411.826
Chegamos a El Calafate, fomos para o hotel
LOS DOS PINOS.
Diária individual P$195,00
24 de Janeiro de 2014 – (sexta)
Levantamos e resolvemos tomar café ali mesmo no hotel.
LOS DOS PINOS
Café da manhã = P$30,00
Tentei antecipar a volta no escritório da Aerolineas Argentinas, teria de ir até Bariloche, achei melhor permanecer com o mesmo horário.
LA LECHUZA RESTAURANT
Salada Cesar = P$59,00 + cordeiro laqueado com calda de café P$102,00 +
cubiertos de torrada com patê P$24,00 + refrigerante P$22,00 = P$148,50 p/ pessoa.
Depois do almoço descemos até o hostel para pegar as mochilas e tomar um táxi.
Táxi LOS DOS PINOS x AEROPORTO
P$140,00 (P$70,00 p/p)
No aeroporto fomos informadas que o vôo estava atrasado 1h.
Taxa de embarque EL CALAFATE x BUENOS AIRES
P$36,00 (P$18,00 p/p)
CAFETERIA DO AEROPORTO EL CALAFATE
Café expresso = P$20,00
CHOCOLATERIA MAMUSKA NO AEROPORTO
Chocolate com passas = P$15,00
O voo foi tranqüilo com aeromoças sem nenhum traquejo, mal arrumadas, descabeladas, foi servido um lunch box: bolacha salgada e doce, muffin e refrigerante.
Desembarcamos às 12h. no Aeroparque em Buenos Aires. Fiquei ainda dois dias em Buenos Aires e um dia em Colônia de Sacramento no Uruguai antes de voltar ao Brasil
Chegando ao Brasil enviei o e-mail abaixo ao Guia 2 que foi o responsável pelo nosso pacote. Inicialmente iríamos em um grupo fechado, mas ele resolveu unir-se ao Guia 1 que já tinha um grupo fechado com pessoas que tinham condições físicas e objetivos muito diferente dos nossos, resultado decepcionante.
Em reunião em presença do Guia 1 em novembro/2013, deixei claro que conseguiria cumprir o roteiro diário, mas caminho de forma a apreciar a natureza, nesta ocasião o Guia 1 confirmou que não seria problema, seriam dois guias e um deles fecharia a fila acompanhando o ritmo.
Entrei por duas vezes em contato com o Guia 2 para informá-lo que havia fraturado o pé e estava preocupada com meu condicionamento físico, pois com o pé imobilizado não tinha condições de manter um treinamento adequado, inclusive manifestei ao Guia 2 o desejo de fazer apenas o circuito W e ele nas duas ocasiões enfatizou que não haveria problema, a caminhada do O seria feita sem maiores dificuldades. Acreditei, ele é guia e conhece o tramo!
Aguardo até hoje o Contrato de Prestação de Serviços que o Guia 2 prometeu, mas não enviou.
Também comentei com o Guia 2 minha preocupação com as escadas suspensas, neste caso ele também disse que não haveria problema, ele teria uma corda para a eventualidade de precisar amarrar as mochilas para descer e subir. No caso em questão, pelo menos com os bastões de caminhada esta providência deveria ser levada em conta, precisamos da generosidade dos participantes para descer com os bastões já que os guias não o fizeram.
A logística em colocar uma participante contundida e eu logo atrás do Guia 1 pode ter sido uma solução para vocês que estavam em apenas 2 guias para 14 pessoas, em nenhum momento vocês levaram em conta o constrangimento que nos colocaram diante dos participantes e o stress físico que fomos submetidas por forçar um ritmo que não era o nosso, tanto isso é verdade que tive problemas musculares.
No dia 19 chegamos exauridas e só não demoramos mais devido à preocupação do companheiro que foi nos ajudar com as mochilas e da companheira que nos auxiliou muito durante o trajeto. O Guia 1 estava preocupado? Não sei! Ele já estava de banho tomado, reclamando do atraso do jantar devido a nossa demora, sequer perguntou como estávamos.
Não posso deixar de citar minha insatisfação com a atitude do dia 19 quando manifestei minha decisão em deixar o grupo com dores na musculatura quadríceps: reto femoral da coxa. A única reação do Guia 1 foi perguntar se eu era médica para ter esta conclusão. Pergunta mal colocada para a ocasião, ele de antemão já sabia que a resposta seria: Não!, (no entanto, sou auxiliar de enfermagem e sabia o que estava dizendo). Fiquei correndo atrás do Guia 2 para que fosse feita uma consulta em Puerto Natales e saber se haveria vaga no Hostel Kawaskar, segundo o Guia 2 estava confirmada. Chegando ao albergue ficamos sabendo pelo Omar que esta ligação não ocorreu.
Não houve em momento algum preocupação em saber nossas condições físicas e nem como iríamos chegar a Puerto Natales. Sequer foi tentado fazer alguma coisa pela companheira que estava com bolhas já infeccionadas e com extrema dificuldade de locomoção. Algum dos guias entrou em contato com Puerto Natales para saber como tínhamos chegado? Não! Aliás, nem um contato posterior foi feito neste sentido.
O Guia trabalha com os sonhos de seus clientes. Quando abandonei o grupo no dia 20, abandonei meu sonho, meses de expectativa, preparo, insegurança e até que por não dizer de ajustes financeiros, afinal eu estaria em boas mãos, realizaria o sonho de estar nas Torres Del Paine. Já que o Guia 2 não achou conveniente abortar o circuito O conforme minha sugestão e permanecer apenas com o circuito W era porque, apesar de difícil era viável. Quando percebi minha dificuldade, coloquei por 2 vezes para o Guia 2 que queria abortar 2 dias, descansar a partir do Paine Grande e terminar com o grupo, ele disse que seria impossível. Acreditei afinal ele era o guia e conhecedor do tramo. Fiquei! Não fui lá para atravessar Paso Garner e depois como consolo ouvir dizer que afinal tinha feito o mais difícil. Fui lá para chegar a Torres Del Paine…. e não cheguei! Minha decepção foi maior ainda quando verifiquei que seria viável minha sugestão de chegar de ônibus e aguardar o grupo para fazer as Torres. Conclui: daria trabalho aos guias ajustar esta logística, correto? Mas isto faz parte, o guia tem de saber lidar com imprevistos, ele não vai para usufruir do passeio, tomar cerveja e vinho, é um prestador de serviço.
Srs. Guias, a escolha de uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Sugiro a leitura da Lei Federal nº 8.623 de 28/01/93 + Decreto nº 946 de 01/10/93 e Atribuições do guia SINDIGUR e FENAGTUR. Teria muito mais coisas do dia a dia a comentar, mas acho que iria me alongar demais e afinal acordei não do sonho, mas do pesadelo.
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Área de descanso do Hotel Rancho Grande |
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Banheiro no trekking Laguna Torre El Chaltén |
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